CONSTRUÇÃO CIVIL
Aeroporto, túnel, obras públicas, faculdades de Medicina e terrenos mais baratos incentivaram investimentos em novos edifícios e hipermercados
E a maioria dessas obras tem como vetor a Avenida Dom Pedro, na Enseada / HELDER LIMA/PMG
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Antes mesmo da inauguração do Aeroporto Civil Metropolitano e do início das obras do túnel sob o Canal do Estuário, Guarujá registra um crescimento sistemático no setor da construção civil. Dados oficiais da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras apontam que a concessão de habite-se saltou 66% no período entre 2020 e 2023. Em números absolutos, 203 obras receberam o aval do Município para o efetivo uso do imóvel há quatro anos. Já no ano passado, foram expedidos 337 documentos do gênero pelo Município. Mas, os alvarás autorizando o início das obras também registraram aumento no período, assim como a arrecadação com o Imposto Sobre Serviços (ISS) específico do setor imobiliário.
E a maioria dessas obras tem como vetor a Avenida Dom Pedro, na Enseada. A demanda inclui imóveis comerciais e apartamentos de 70 a 250 metros quadrados.
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E sete em cada dez empreendimentos estão sendo desenvolvidos por construtoras da Região Metropolitana da Baixada Santista, especialmente de Praia Grande. Essas empresas mantinham terrenos na Cidade em estoque para investir no momento oportuno.
E esse momento parece ter chegado com o avanço das obras do Aeroporto. O licenciamento ambiental visando a construção do Túnel Imerso Santos-Guarujá reforçou a sensação de que a Cidade pode viver um novo ciclo positivo nos próximos anos.
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Os outros 30% dos pedidos de alvará para novas obras partem de construtoras da Grande São Paulo. “O aeroporto virou notícia. Automaticamente, a gente tem registrado esse crescimento imobiliário que chega a 10% de um mês para o outro”, resume o secretário municipal de Infraestrutura e Obras, Adilson de Jesus.
E a explicação da Administração Municipal para esse momento favorável na construção civil é justamente o maior estoque de terrenos disponíveis na comparação com Santos, além do metro quadrado mais barato que na Cidade vizinha.
Neste ano, de janeiro a outubro, já são 399 alvarás concedidos, o equivalente a 167.514,37 metros quadrados de novas construções. Também foram registradas 302 licenças de reforma. Segundo a Prefeitura, nos primeiros dez meses do ano, foram expedidos 324 habite-se.
“Nos últimos sete anos, foram investidos R$ 700 milhões em obras de drenagem e infraestrutura. E isso também gera uma corrente positiva. Guarujá está batendo recordes na abertura de hipermercados e academias”, completa o secretário.
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E a expectativa é que, até o final do ano, dois grandes atacadistas de alimentos inaugurem novas lojas no Município. A primeira é da rede Munhoz, que funcionará na Dom Pedro, e a segunda é do Assai, na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, no Jardim Conceiçãozinha, entrada da Cidade.
A estratégia é aproveitar a temporada de verão para consolidar esses novos negócios. Mas, esses não são casos isolados: dados da Prefeitura apontam que o número de estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviço mais do que dobrou nos últimos oito anos.
As principais áreas de abertura de novos negócios nesse período foram apoio administrativo (383%), alimentação (364%), comércio varejista (173%) e serviços pessoais (138%).
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Outro vetor de estímulo à construção civil nos últimos tempos foi a chegada de um novo curso de Medicina ao Guarujá. Com a instalação do campus da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), na Enseada, a demanda por apartamentos de 70 a 80 metros quadrados cresceu. O bairro também abriga a Faculdade de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp).
São imóveis de médio padrão para atender esse público específico, formado por estudantes. “A Enseada é o desenvolvimento do Guarujá nos próximos anos”, prevê Jesus.
Além dos novos prédios e comércios, o bairro também recebeu recentemente um novo loteamento, assim como o Perequê, já próximo da região conhecida como Rabo do Dragão.
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Com relação aos alvarás, que permitem construção, reforma ou regularização de um imóvel, os números saltaram de 269 para 420 em quatro anos, o que representa um aumento de 56,1%.
Todo esse crescimento teve impacto direto na arrecadação de ISS da construção civil, que aumentou expressivos 88,24% entre 2020 e 2023. E essa alta representou um salto de 14,8% para 15,4% na contribuição específica desse imposto para o caixa da Prefeitura.