Cotidiano
Estabelecimentos que estiverem com frequentador que não recebeu nenhuma dose do imunizante contra a covid-19 será multado
Shopping Center localizado na zona oeste da Capital / Cesar Conventi/FotoArena/Folhapress
Continua depois da publicidade
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou na manhã desta segunda-feira, 23, que a cidade passará a exigir a apresentação de um "passaporte da vacina" para a entrada em congressos, feiras de negócios, jogos de futebol e outros tipos de eventos. O estabelecimento que estiver com um frequentador que não recebeu nenhuma dose do imunizante contra a covid-19 será multado.
Perguntado em coletiva de imprensa, Nunes chegou a confirmar que haveria exigência do comprovante na entrada de bares e restaurantes. Mais tarde, porém, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse ao Estadão que a verificação não será obrigatória para esse tipo de estabelecimento e o comércio em geral. Segundo ele, a prioridade é a cobrança do "passaporte da vacina" na entrada de congressos, jogos de futebol e outros eventos.
Continua depois da publicidade
A comprovação poderá ser feita com a carteirinha de vacinação e por meio de um aplicativo que está em fase de testes e será lançado até sexta-feira, 27, com leitura por QR Code. O app estará hospedado na plataforma e-Saúde. A identificação poderá ser feita por dispositivos eletrônicos como tablet, celular e assemelhados.
A data de início da obrigatoriedade não foi divulgada, assim como o valor da multa, que "não será barata", segundo Nunes. Ele citou o exemplo de um shopping paulista que fará a verificação por meio de totens. A lista de todos os estabelecimentos que deverão cumprir o novo regramento também não foi informada. Procurada, a assessoria da Prefeitura disse que os detalhes da nova medida ainda estão em elaboração por um equipe técnica.
Continua depois da publicidade
"(É) um dispositivo onde vai poder colocar na sua plataforma a leitura de QR Code, que vai ler se a pessoa teve a primeira ou a segunda dose, ou seja, se está vacinada e, assim, ter o seu 'passaporte' para adentrar os eventos autorizados pela Vigilância Sanitária", destacou Nunes em coletiva de imprensa sobre vacinação.
Ele também destacou que o aplicativo pode estimular a população a procurar os postos para tomar a segunda dose. "É um serviço importante, porque às vezes a pessoa recebe a sua carteirinha de vacinação e às vezes esquece. A gente tem percebido que muitas pessoas não foram tomar a segunda dose, hoje são 211 mil, por esquecimento, o prazo é longo da segunda."
Uma medida semelhante foi anunciada na semana passada pela prefeitura de Guarulhos, na Grande São Paulo. A partir de 1º de setembro, os estabelecimentos comerciais, de serviços, culturais e afins, como bares, academias, museus e cinemas, dentre outros, deverão exigir a apresentação do comprovante de vacinação (com a aplicação de ao menos uma dose).
Continua depois da publicidade
Ao Estadão, o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel SP), Rodrigo Goulart, disse que a entidade apoia medidas para estimular a vacinação e que o setor tem seguido os protocolos exigidos pelo governo. Ele destacou que desconhece detalhes da determinação até o momento, mas lembrou que o aplicativo precisa ser funcional e prático, para facilitar a identificação na entrada dos estabelecimentos.
Especialistas têm destacado que a vacinação reduz as chances de desenvolvimento de quadros graves da covid-19, mas que não evita totalmente a transmissão. A propagação da variante Delta do novo coronavírus tem gerado preocupação no meio científico em meio ao anúncio de novas flexibilizações no País.
Continua depois da publicidade
Equipes de saúde vão vacinar adolescentes contra a covid-19 em escolas e instituições
Na coletiva, a Prefeitura também informou que fará busca ativa de adolescentes para a vacinação contra a covid-19 em escolas e instituições que recebem a população desta faixa etária, como a AACD, a Associação Cruz Verde e a Fundação Casa. "Para fazer a vacinação in loco e ampliar a vacinação deste público", destacou Nunes.
Nesta segunda-feira, a cidade passou a aplicar a vacina em adolescentes com 12 anos ou mais com comorbidades ou deficiência, gestantes e puérperas. A campanha será expandida posteriormente para o restante da população desta faixa etária.
Continua depois da publicidade
Capital também exigirá vacinação de servidores públicos
Em meio a planos de reabertura, algumas cidades brasileiras têm se mobilizado para implementar medidas que reforcem a importância da vacinação contra a covid-19. As ações adotadas vão desde a necessidade de apresentar comprovante de esquema vacinal completo para acessar bares e restaurantes à obrigatoriedade de servidores públicos tomarem a vacina contra a covid-19.
Continua depois da publicidade
Apresentado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), no final de julho, o plano de retomada da capital carioca prevê que, a partir do dia 2 de setembro, haverá permissão de público em estádios, com 50% da capacidade, e em boates, casas de show e festas em locais fechados, também com 50% da capacidade. Mas só terão acesso a esses locais pessoas que tiverem esquema vacinal completo. Segundo o governo do Estado, as cidades cariocas têm autonomia para adotar decisões como essa.
Enquanto isso, antes do anúncio desta segunda-feira, a Prefeitura de São Paulo publicou um decreto no último dia 7 que obriga servidores e empregados municipais a se imunizarem contra covid. A determinação do prefeito Ricardo Nunes considera decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), de que autoridades poderão adotar medidas de vacinação compulsória, e afeta pessoas elegíveis nos grupos de vacinação estabelecidos.
No início deste mês, o Sindicato de Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (SindResBar-SP), que representa os interesses dos estabelecimentos de alimentação e similares do Estado, publicou nota orientando, com base em guia técnico do Ministério Público do Trabalho (MPT), que quando houver recusa injustificada da vacina anticovid, o "trabalhador deverá ser afastado do ambiente de trabalho, sob pena de colocar em risco a imunização coletiva, e o empregador poderá aplicar sanções disciplinares, inclusive a despedida por justa causa."
Continua depois da publicidade
Já as três universidades estaduais paulistas indicaram que vão exigir vacinação completa de seus professores, alunos e funcionários para a volta presencial neste segundo semestre. As aulas presenciais na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, retornarão em 4 de outubro apenas para estudantes completamente imunizados contra a covid-19. (Colaborou Ítalo Lo Re)
Continua depois da publicidade