Cotidiano
Outras cidades do Brasil também estão fazendo barreiras iguais ou similares em suas praias
O projeto elaborado pela prefeitura também inclui acessos de madeira sobre as rochas / Márcio Ribeiro/DL
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Após ressacas que destruíram parte da orla de Peruíbe, a prefeitura tem apostado em pedras para conter o avanço do mar, em substituição às muretas. A ação, que tinha caráter emergencial, dá sinais de que veio para ficar e pode ser parte do novo cenário da cidade do litoral paulista.
A primeira das ressacas recentes que fizeram com que a prefeitura chegasse a essa solução aconteceu em 2017, com o tombamento de um trecho de mureta próximo a um quiosque localizado no loteamento Cidade Nova Peruíbe.
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Dada a necessidade de intervenção imediata e aos riscos de desmoronamento do próprio quiosque, a prefeitura dispôs, em caráter emergencial, um cordão de rochas em toda a extensão afetada naquela época.
Já em abril de 2020, uma ressaca de grandes proporções atingiu diversos trechos da orla, tombou a mureta e destruiu parte do jardim da praia. No trecho das Ruínas, toda a proteção natural e parte do pavimento intertravado foram destruídas, com a água invadindo as casas na Avenida Beira-Mar.
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Devido ao perigo de o restante da via se romper, a prefeitura dispôs emergencialmente novos cordões de pedras nos locais atingidos, acreditando ser a solução possível naquele momento para proteger o patrimônio público, o privado e a própria atividade econômica municipal, que depende majoritariamente do turismo de sol e praia.
Em janeiro de 2021, um novo evento de ressaca danificou 13 pontos da Avenida Beira-Mar, mas nenhum dos pontos recuperados anteriormente foi atingido. Mais do que isso, percebeu-se o início da recuperação da vegetação natural, visto que o cordão de pedras facilitou o acúmulo de areia e, com isso, o crescimento da vegetação rasteira.
“Ao longo do tempo, percebeu-se que a estrutura de pedras criou um anteparo natural propício para reter os sedimentos que naturalmente vão sendo carregados da praia para dentro da área urbana, preservando o material dentro da própria praia e contendo a erosão costeira.
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Um trabalho acadêmico elaborado em 2024 por servidores municipais constatou a regeneração da vegetação sobre várias dessas estruturas e traçou algumas estratégias para a continuidade dessa regeneração”, informou a prefeitura da cidade.
Apesar de parecerem esquisitas no início, quando ainda são pedras nuas, as rochas passam a ter um aspecto mais natural à medida que a areia preenche os espaços vazios e a vegetação cresce, encobrindo e uniformizando a barreira.
O projeto elaborado pela prefeitura também inclui acessos de madeira sobre as rochas.
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Outras cidades do Brasil também estão fazendo barreiras iguais ou similares em suas praias, o que sugere que esse pode ser um cenário cada vez mais comum no litoral brasileiro.