Cotidiano

Ciclistas do litoral de SP cruzam a Cordilheira dos Andes, no Chile; conheça a história

Eles percorrem um total de 1.014 quilômetros, de bike, em 12 dias, após superarem enormes desafios nas montanhas

Nayara Martins

Publicado em 26/01/2025 às 08:00

Atualizado em 26/01/2025 às 21:27

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O objetivo era sair de Santiago, no Chile, e chegar a Mendoza, na Argentina / Divulgação

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"Uma aventura marcada por superação e paisagens incríveis". Essa é a definição de uma viagem de dois ciclistas que atravessaram a Cordilheira dos Andes, no Chile, e percorreram 1.014 quilômetros em todo o trajeto, de bicicleta. 

Marco Brandão, de 49 anos e Aranias Júnior (42) enfrentaram os maiores desafios nas montanhas, em um total de 12 dias. Eles partiram de avião no dia 31 de dezembro, de São Paulo e chegaram dia 1º de janeiro em Santiago, no Chile. 

Eles viajam juntos desde o ano de 2015 e essa é a 11ª viagem dos dois. Já conheceram diversos países da América do Sul.

Marco Brandão, de Itanhaém, conta que a viagem foi cheia de desafios, mas foi recompensada por paisagens de tirar o fôlego. Já Aranias Júnior é morador em Paranaguá, no estado do Paraná. 

Veja também a história da cachorra que seguiu ciclistas durante uma viagem de bicicleta por 4 dias.

O objetivo era sair de Santiago, no Chile, e chegar a Mendoza, na Argentina, pelo Paso Los Caracoles e o Paso Cristo Redentor de Los Andes.

"Gostamos de fazer percursos com montanhas, o que é mais difícil. Preparamos a alma e as bicicletas que estavam carregadas com 40 quilos de bagagem, o necessário para enfrentar dias pedalando no asfalto, na altitude, sob o sol escaldante e, depois, sob o frio extremo", frisa Marco. 

Eles chegaram a atingir quase 4 mil metros de altitude na Cordilheira dos Andes. 

"Fomos subindo aos poucos de bicicleta e não passamos mal. Ficamos cansados, mas a sensação era de euforia ao chegarmos em cima das montanhas", conta.

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Desafios

Os primeiros desafios, segundo Marco, foram o forte calor e os caminhões no caminho à Cordilheira. "Cruzamos a estrada que saía de Santiago aos pés dos Andes, sob temperaturas em torno de 35 graus".

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Para complicar, nos primeiros três dias, eles enfrentaram um intenso tráfego de caminhões. "Não era incomum termos que sair da pista quando eles passavam, ao mesmo tempo, dos dois lados, em um verdadeiro paredão de aço. A tensão e o barulho pareciam testar nossa resiliência desde o início", frisa.
      
Outro desafio foi a partir de Los Andes, onde começaram a subida por Los Caracoles a famosa sequência de curvas que serpenteiam a montanha. Ali o calor foi aos poucos dando lugar a uma brisa mais fria.

"Na altitude, a paisagem mudou drasticamente. Montanhas imponentes nos cercavam e seus cumes brancos sinalizavam o que estava por vir. No alto, no Paso Cristo Redentor, o frio era quase negativo. Cada pedalada era mais desafiadora, pelo esforço físico e vento cortante, mas estávamos decididos a conquistar a montanha".

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Cenários

A rota da dupla de ciclistas passou por cenários épicos e diferentes - Los Libertadores, Portillo, Paso Uspallata, Las Cuevas, Puente del Inca, Los Penitentes, entre outros.

"A travessia por Punta de Vacas e Polvaredas parecia um sonho de tão grandiosa montanhas gigantes, o céu aberto e nós, tão pequenos diante do mundo de rochas, gelo e silêncio".

Eles também enfrentaram 400 quilômetros de solidão até Malargue. Após Uspallata havia um trecho onde a imensidão dos Andes foi a protagonista.

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"Foram cerca de 400 km sem nada, apenas a natureza selvagem e nossa força de vontade para seguir em frente", revela.

Volta

Na volta, a segunda travessia da Cordilheira foi pelo Paso Pehuenche, conhecido por suas paisagens grandiosas. A rota de Malargue até Talca passou por Bardas Blancas, Las Loicas, El Colorado e San Clemente.

Uma das dificuldades dos ciclistas foi a falta de água no trajeto de volta.

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"Um dia acordamos com dois dedos de água na garrafa, mas sabíamos que ainda havia 120 km de trajeto. Agradeci a Deus e, após 15 minutos, apareceu um carro com uma família argentina e perguntou se precisávamos de água. Ele nos cederam um galão com gelo. No final do dia, ganhamos mais duas garrafas de água", destaca.

A dupla levou quatro garrafas de água e vários alimentos, como macarrão instantâneo, salgados, pães, doces e frutas, além de barracas para dormir. Marco tinha ainda as bandeiras do Brasil e de Itanhaém, para identificar a cidade onde mora.

"Houve momentos de dúvidas, perrengues e cansaço extremo, mas cada desafio enfrentado faz parte do aprendizado. Descobrimos não apenas a grandiosidade dos Andes, mas também a força que carregamos dentro de nós", conclui Marco. 

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Após 1.014 km de trajeto, eles chegaram a Talca, na região de Maule, no Chile, com superação e luta contra a fadiga, o clima e o peso das bicicletas. 

Os ciclistas, agora, ainda vão programar qual será o destino da próxima viagem. 

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