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O temporal da noite da última quinta-feira e madrugada de ontem causou muitos transtornos em São Vicente. Ainda se recuperando dos estragos da enchente, que ocorreu há exatos 30 dias, os moradores terão o fim de semana para contabilizar as novas perdas e recuperar o que a água da chuva não levou.
“Começou a encher e tive que me abrigar com os filhos na casa da minha mãe. É a segunda vez em um mês que perco tudo”, disse Patrícia Santanna, moradora do Catiapoã. Diante das perdas, ela terá que, novamente, recuperar o que perdeu. “É muito difícil ver tudo o que consegui com muito trabalho se perder. É muito triste ter que ficar de pés e mãos atadas”, desabafou.
O Catiapoã foi um dos bairros que mais sofreu com o temporal. A obra do canal da Avenida Alcides de Araújo, que prometia amenizar as enchentes que assola o bairro há mais de 40 anos, foi paralisada e o cenário continua o mesmo das tempestades ocorridas em outros verões. “Dessa vez não tem nem como dormir. Perdendo mais coisas de novo. Mas sei que na hora de Deus o milagre vai acontecer”, escreveu Daniela Rios, que mora próximo ao canal, em uma rede social da internet.
No Sá Catarina de Moraes, o canal da Rua Lourival Moreira do Amaral transbordou outra vez. O local, que também se encontra com obras inacabadas é conhecido pelas enchentes.
“Perdi praticamente todos os móveis. Não só eu, mas muitas pessoas tiveram suas casas alagadas e por consequência também perderam os móveis”, lamentou o estudante Filipe S. C. Lima, que mora em frente ao canal do Sá Catarina de Moraes. O jovem postou vídeos na internet mostrando a situação do lugar.
“Queria um posicionamento da Prefeitura, porque ninguém está ajudando e os moradores estão ajudando uns aos outros para tentar salvar o pouco que temos”, destacou.
Outros locais
Os bairros Jóquei Clube, Vila Valença, Vila Margarida, Vila Fátima, Parque Bitaru, Jardim Rio Branco e Vila Ema também foram castigados. No Parque São Vicente e no Tancredo Neves, moradores foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros.
Nos bairros mais atingidos houve o registro de pessoas desalojadas. Segundo a Prefeitura de São Vicente, elas foram acolhidas em casas de parentes e não precisaram ser removidas para abrigos públicos.
A Defesa Civil de São Vicente registrou o deslizamento de encosta no morro do Xixová e a queda de árvore na principal via do Parque Prainha, que precisou ser interditada. O fornecimento de energia elétrica também foi interrompido.
O Corpo de Bombeiros resgatou 20 funcionários de uma empresa do polo industrial de Cubatão, que estavam ilhados dentro de um ônibus na Avenida Augusto Severo, no Jóquei Clube.
Durante todo o dia, equipes da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) atuaram com caminhões hidrojato na desobstrução de galerias entupidas com lixo.
A Cidade passa por um momento delicado na limpeza urbana. Devido ao fechamento da área de transbordo do Parque Ambiental Sambaiatuba, a coleta de resíduos sólidos foi prejudicada.
Segundo a Prefeitura de São Vicente, até as 10 horas de ontem, o índice pluviométrico havia alcançado 255 mm na Cidade. O Município está em estado de atenção.
Com o temporal, a apresentação do espetáculo da Encenação da Fundação da Vila de São Vicente, que seria realizada na noite de quinta-feira foi adiada. Os ingressos podem ser utilizados até amanhã, quando serão encerradas as apresentações.
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