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O semanário francês "Charlie Hebdo" publicou nesta semana caricaturas em referência ao menino sírio Aylan Kurdi, encontrado morto em uma praia turca. Os desenhos deixaram indignados alguns jornais e internautas.
No primeiro, a imagem de uma criança deitada de bruços na praia aparece com o título: "Tão perto do objetivo". Ao lado, um cartaz similar aos de propagandas do Mc Donald's em que diz "Promoção! Dois menus infantis pelo preço de um".
O segundo cartum tem o título: "Prova de que a Europa é cristã". Nele, uma figura que se parece Jesus está ao lado de uma criança com as mensagens: "Cristãos andam sobre a água" e "Crianças muçulmanas afundam."
Os desenhos foram feitos pelo cartunista Laurent "Riss" Sourisseau, um dos editores do semanário. Ele é escoltado pela polícia francesa desde o ataque de radicais islâmicos à redação da publicação, em 7 de janeiro.
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Alguns jornais reproduziram as caricaturas como se Riss estivesse brincando com a morte do menino sírio, cuja foto provocou comoção mundial. "'Charlie Hebdo' zomba da morte de Aylan Kurdi", disse o canadense "Toronto Sun".
O tabloide britânico "Daily Mirror" foi na mesma linha, enquanto o indiano "Times of India" disse que o semanário é criticado pela caricatura. Outras publicações menores chegaram a condenar os desenhos.
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Nas redes sociais, usuários usaram a hashtag "Je ne suis pas Charlie" (Eu não sou Charlie, em francês) para mostrar sua indignação. O termo é uma oposição "Je suis Charlie", de solidariedade ao semanário logo após o atentado.
Defesa
Houve, por outro lado, grupos que defenderam o "Charlie Hebdo". Ao jornal britânico "The Independent", o diretor da organização anti-radicalismo Quilliam, Maajid Nawaz, disse que os desenhos são uma crítica à Europa.
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"A imagem sobre os cristãos andando na água enquanto os islâmicos afundam é uma crítica óbvia à hipocrisia do amor cristão europeu", afirmou, fazendo um pedido aos muçulmanos.
"Nem tudo e todos estão contra nós, todo o tempo. Mas se continuarmos a acreditar que eles estão reagindo dessa forma, isto certamente se voltará contra nós."
Questionado pela agência de notícias Reuters, o semanário informou não saber das reclamações sobre os desenhos em referência a Aylan Kurdi.
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