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“Nenhum funcionário do Cemitério Municipal de Cubatão está envolvido em nenhum esquema de compra e venda de campas”. Esta declaração é do funcionário público Darcy Barbosa, dada à Comissão Especial de Vereadores (CEV), durante depoimento na tarde de quinta- feira, dia 9. A CEV apura irregularidades no cemitério municipal e ouviu quatro coveiros entre quinta e sextafeira.
Barbosa afirmou que o cemitério de Cubatão é um cemitério normal, “como qualquer outro”. “O que houve lá foi um erro pontual e este erro será esclarecido. Repito que nenhum funcionário está envolvido em compra e venda irregular de campas”, afirmou. O erro a que se refere é o sumiço dos restos mortais de Luiz Antônio dos Reis Neto, falecido há três anos. A denúncia foi feita pela viúva Roberta Reis e publicada pelo Diário do Litoral no último dia 20 de agosto.
Questionado pelos parlamentares, o coveiro afirmou que tinha conhecimento de casos de “doação” de campas, intermediados pelo pedreiro autônomo Raimundo José da Silva, que prestava serviços no cemitério. A doação seria a comercialização irregular da campa. “Isso acontece de 1999 pra cá, quando se encerrou a perpetuação. Geralmente, é o proprietário que oferece a venda da campa”, comentou o coveiro. Ele garante, no entanto, que nenhum coveiro ou outro funcionário do cemitério está envolvido nestas transações.
A CEV também ouviu, na quinta-feira, o coveiro Luiz Henrique Ferreira, que explicou como funciona o procedimento de exumação de corpos. “Recebemos uma lista com números das campas onde temos de fazer a exumação. Se existe a data de falecimento na campa e ela demonstra que o falecimento ocorreu há menos de cinco anos, nós não abrimos esta campa. Fui eu quem fez a exumação dos restos mortais de Luiz Antônio e não havia na campa a data de seu falecimento”, contou.
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Ontem, mais dois coveiros foram ouvidos: Júlio Pinheiro da Silva e Emerson Komaki Ferreira. Silva informou que trabalha há cerca seis anos na função de coveiro e que tomou conhecimento da denúncia pela imprensa. Garante não ter participado da exumação de Luiz Antonio. “Os coveiros recebem uma listagem com a numeração das campas a serem exumadas, sendo que nessa listagem não existe identificação através dos nomes, nem mesmo em relação às datas em que as pessoas foram sepultadas”, informou, acrescentando que nunca soube de venda de restos mortais para faculdades de Medicina.
Endossando o que o colega de trabalho depôs, Ferreira afirmou que sempre pensou que Raimundo tinha autorização para prestar serviços no Cemitério. “Nunca soube de corretagem de campas, mas é de conhecimento geral a doação de campas”, conta. Ferreira também se declarou ofendido pelas especulações de vendas de restos mortais. Um quinto coveiro foi convocado, chegou a se apresentar na Câmara, mas com o tardar da hora, desistiu de depor.
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