Cotidiano

Celebrações de Finados levam 25 mil pessoas aos três cemitérios municipais

Nos cemitérios da Filosofia e Paquetá, as primeiras celebrações contaram com a presença do bispo diocesano Dom Tarcísio Scaramussa

Da Reportagem

Publicado em 03/11/2023 às 18:18

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Cerca de 25 mil pessoas passaram pelas necrópoles do Paquetá, Filosofia e Areia Branca durante o Dia de Finados / Francisco Arrais

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A chuva na manhã desta quinta-feira (2) não intimidou o público que se dirigiu aos três cemitérios municipais para prestar homenagens aqueles que faleceram. Cerca de 25 mil pessoas passaram pelas necrópoles do Paquetá, Filosofia e Areia Branca durante o Dia de Finados.

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Segundo o coordenador dos cemitérios municipais, Bento da Silva Filho, foram grandes o movimento registrado desde as 7h e a presença das pessoas nas missas celebradas dentro dos equipamentos.

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Nos cemitérios da Filosofia e Paquetá, as primeiras celebrações contaram com a presença do bispo diocesano Dom Tarcísio Scaramussa. No Areia Branca, houve ainda culto de evangelização em quatro horários, a cargo de integrantes da Igreja Universal.

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REVITALIZAÇÃO

Os três cemitérios municipais foram preparados para a data com iluminação renovada, novos jardins, reforma das capelas e recuperação das entradas principais, além de desinsetização, raspação, caiação, roçada dos matos, lavagem dos pisos, poda de árvores e limpeza geral.

Os visitantes foram recebidos com música nos três cemitérios. No Paquetá, Almir Clemente e Beatriz Rocha e Silva responderam pelo fundo musical, que no Areia Branca ficou a cargo de Roberto Bendas e Toninho Six. Já no Saboó, Bheto Alves no violão, Cláudio Ricardo no trompete e a cantora Viviane Davoglio escolheram um repertório de clássicos, incluindo canções internacionais.

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A presença da Guarda Civil Municipal foi reforçada nas imediações dos cemitérios e técnicos da Secretaria de Saúde orientavam os visitantes a não deixar pratinhos nos vasos de flores e plantas.

“Essa ação educativa é para evitar que esses materiais retenham água e possam se transformar em criadouros de mosquitos, sobretudo do Aedes aegypti, transmissor da dengue”, explicaram as agentes Noêmia Arrais e Isabella Nascimento, que fizeram plantão no Cemitério do Paquetá. O trabalho delas terminou após varredura no local para retirar das campas eventuais recipientes deixados pelos visitantes.

Além disso, equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) distribuíram folhetos na entrada das necrópoles, alertando sobre a proibição do trabalho infantis até a idade de 14 anos, a fim de coibir a prática de crianças ajudarem os adultos na limpeza de campas.

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FLORES E REVERÊNCIA

Com uma caixa com rosas e vasos com margaridas, Rosa Aguiar e Irene Ferreira reprisaram uma tradição que seguem não apenas no Dia de Finados, mas também em datas comemorativas como Dias dos Pais e das Mães. “Viemos orar por eles, mas não os esquecemos um dia sequer”, comentou Irene, dizendo que pais, avós, tios e primos estão sepultados no Cemitério do Paquetá.

O túmulo do ex-governador paulista Mário Covas Jr., falecido em 2001, continua entre os mais procurados dessa necrópole, assim como o do seu neto, o ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas, e os jazigos do poeta Martins Fontes, do pintor Benedicto Calixto e da maratonista aquática Renata Agondi.

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HERANÇA DE FÉ

Rodrigo Galdino finalmente tomou coragem e foi conhecer o túmulo de Maria Mercedes Féa no Cemitério do Saboó, cujo movimento de devotos acompanhava da janela do Conjunto Habitacional Athié Jorge Coury, onde morou durante algum tempo.

“Me chamava a atenção a quantidade de gente que vinha acender velas, trazer flores e cumprir promessas. O movimento do cemitério se concentrava nesta campa. E eu sempre dizia que um dia viria ao cemitério conhecer, já que meus pais eram devotos. Mas me faltava coragem”.

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Grávida de seis meses, Maria Mercedes Féa foi assassinada em 1928 pelo marido, que esquartejou e escondeu o corpo em um baú e pretendia despachá-lo em um navio para a Europa. O crime só foi descoberto porque a caixa caiu ao ser içada pelos marinheiros, expondo o conteúdo. Giuseppe Pistone ficou 22 anos na prisão e morreu em 1956.

Galdino é testemunha do motivo que levou os pais a tamanha devoção a Maria Féa. É que o pai foi atropelado por um carro, acidente que o deixou com um dos braços bastante ferido. “Minha mãe veio até a campa e rezou, pedindo a intercessão dela. Dias depois, o ferimento fechou, sem deixar uma única marca no braço”, afirmou o jovem.

No Cemitério da Areia Branca, os túmulos dos chamados ‘anjos de devoção’, foram os mais visitados durante todo o dia: menino Onofre Gonçalves, morto em 1956, aos seis anos de idade; Dulcinéia de Souza, que morreu em 1971, e Condília Maria Rosa Santos, morta em 1968, seis dias antes de completar sete anos.

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