Cotidiano
Projeções indicam que o consumo de carnes, incluindo de aves, tende a crescer na ceia de Natal deste ano em razão de fatores como a trégua da inflação e a melhora da renda a partir da retomada do mercado de trabalho
A instituição recomenda que o consumidor faça um planejamento do cardápio / Pexels - Lukas
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Projeções indicam que o consumo de carnes, incluindo de aves, tende a crescer na ceia de Natal deste ano em razão de fatores como a trégua da inflação e a melhora da renda a partir da retomada do mercado de trabalho.
Isso, contudo, não elimina a preocupação do brasileiro com o bolso, conforme diferentes análises. Em uma tentativa de economizar, as famílias ainda devem recorrer a estratégias como marcas mais baratas de produtos diversos e divisão do preparo dos pratos da ceia.
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"No final de ano, estamos falando de itens com valor agregado mais alto. Assim, o consumidor tem de fazer escolhas", afirma Anna Carolina Veiga Fercher, chefe de sucesso do cliente e insights da Horus, marca da Neogrid, que analisa dados de consumo.
"Para conseguir levar todas as categorias de que precisa, ele acaba optando por marcas um pouco mais baratas. É uma tendência geral", diz.
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Fercher avalia que um dos grupos que tendem a apresentar um consumo maior neste Natal é o das carnes, sob impacto de fatores como a trégua dos preços ao longo do ano e o desempenho do mercado de trabalho.
Conforme pesquisa da Horus com base em notas fiscais de pequenos varejos, atacarejos e super e hipermercados, os preços médios ponderados da carne de frango e bovina caíram em torno de 22,4% em outubro se comparados a igual mês de 2022. O levantamento não detalha os tipos de cortes.
Na carne suína, a redução foi de 1,4%. Os preços desses itens, contudo, costumam ser pressionados no final do ano com a demanda típica do período.
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"A gente percebeu redução nos preços das proteínas animais. Muito provavelmente elas vão voltar a ser protagonistas da mesa de Natal", afirma Fercher.
Dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), apontam que o frango inteiro (-13,68%) e o pernil suíno (-1,40%) acumularam deflação (queda) no período de 12 meses até novembro.
O lombo suíno (0,06%) ficou praticamente estável nessa base de comparação, enquanto o bacalhau teve alta de preços (8,28%).
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Levantamento recente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) apontou que 62% dos supermercadistas projetam alta no consumo para o Natal de 2023 em relação ao ano passado.
A elevação é aguardada apesar do aumento de 8,9% no preço de uma cesta de itens típicos da ceia. No ano passado, a elevação no custo havia sido maior (9,8%).
Ainda de acordo com a Abras, a expectativa do setor para o Natal é de crescimento de 10% no consumo de proteína animal, o que inclui aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, ovos, peixe, pernil, peru e tender.
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Uma pesquisa da VR, empresa de benefícios como vale-alimentação, apontou que 70,3% dos entrevistados disseram que aves como peru e chester não podem faltar na ceia.
Cortes suínos (46,4%), incluindo pernil e tender, e bovinos (25,2%) apareceram na sequência. Havia possibilidade de mais de uma resposta para cada entrevistado. O levantamento consultou 474 pessoas.
A VR conclui que "o que mais preocupa o brasileiro é o custo". Segundo o levantamento, mais da metade dos entrevistados (57,4%) disse que as famílias ou grupos de amigos combinam os pratos que devem ser levados para a ceia de Natal, o que é uma forma de atenuar o impacto no orçamento.
A pesquisa ainda perguntou qual era a expectativa de gastos com a refeição, considerando as diferentes formas de divisão dos custos por pessoa ou por família.
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A alternativa mais citada pelos entrevistados estima consumo de R$ 51 a R$ 150 por pessoa (32,3%), seguida pelas opções entre R$ 200 e R$ 300 por família (12,7%), até R$ 50 por pessoa (12,2%), de R$ 301 a R$ 500 por família (10,6%), mais de R$ 150 por pessoa (8%) e mais de R$ 500 por família (7,4%). A fatia restante (16,9%) não sabe quanto gastará.
Para Priscila Abondanza, diretora-executiva de clientes da VR, os dados sinalizam uma disposição para o consumo, mas com uma tendência de busca por economia. "O pessoal trabalha para esticar a renda", diz.
DIFERENÇA DE PREÇOS DE PRODUTOS IGUAIS
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Nesta sexta-feira (15), uma pesquisa do Procon-SP alertou para diferenças consideradas expressivas nos preços de produtos iguais associados à ceia de Natal. Por isso, o órgão estadual sugeriu uma comparação entre estabelecimentos, levando em conta qualidade, peso e valores dos itens desejados.
A instituição recomenda que o consumidor faça um planejamento do cardápio, listando os alimentos e as bebidas, o que pode evitar compras desnecessárias ou por impulso.
Segundo o órgão, caso a compra seja online, é importante ler todas as características das mercadorias e, antes de efetuar a aquisição, consultar a lista de sites não confiáveis que está disponível no site do Procon-SP.
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