O governo da Bahia vai determinar que a empresa de soluções ambientais Cetrel Lumina suspenda o transporte e a queima de material tóxico enviado de Cubatão, pela Rhodia, para Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Serão solicitados novos testes para confirmar a segurança da operação.
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Estado baiano, a suspensão atende à solicitação do grupo de deputados, vereadores e ambientalistas que se reuniram ontem com o secretário da pasta, Eugênio Spengler. A autorização na Bahia foi concedida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
“Pedimos a suspensão permanente da incineração porque achamos isso um desrespeito ao povo de Camaçari. Se esse material foi gerado em São Paulo, por que o trazer para a Bahia?”, questionou a deputada estadual Luiza Maia (PT).
O Inema e a Cetesb, de São Paulo, haviam autorizado a Rhodia a transferir para Camaçari 760 toneladas por ano das cerca de 5 mil toneladas de material contaminado que, há décadas, a Rhodia mantém armazenada no terreno de Cubatão, onde, até 1993, funcionava sua fábrica. Procurada ontem, a Rhodia disse que não havia sido comunicada pelo governo baiano da decisão.
Outras 33 mil toneladas de material semelhante permanecem à espera de uma solução definitiva armazenados em um terreno de São Vicente. No sábado, dia 24, a Rhodia informou que não tem planos de enviar os resíduos de São Vicente para serem queimados em Camaçari.
Procurada, a prefeitura disse que aguardaria os resultados obtidos com a incineração do material de Cubatão antes de decidir se vai cobrar da Rhodia a mesma solução para o material acumulado na cidade.
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