Cotidiano

Casal da a volta por cima em Santos após fechamento de café em São Paulo

Após enfrentar o fechamento precoce de um café em São Paulo, Ícaro e Thaís reinventaram seu trabalho com a 'Croissant na Caixa'

Isabella Fernandes

Publicado em 30/03/2025 às 07:00

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Ideia se tornou um verdadeiro sucesso entre os santistas / Fernando Yokohama

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Você já imaginou abrir um café e, depois de seis meses, descobrir que ele teria que fechar? Foi exatamente o que aconteceu com Ícaro Peixoto e Thaís Klen Maraucci. Após abrirem um café em São Paulo com muito esforço, o casal se deparou com a surpresa de que o imóvel onde estavam seria vendido, o que os obrigou a fechar as portas. Com a pandemia, decidiram recomeçar em Santos, onde criaram a "Croissant na Caixa", uma loja especializada em croissants e doces franceses.

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Hoje criadores do 'Croissant na Caixa', um dos maiores sucessos entre santistas, Ícaro e Thaís tiveram trajetórias distintas no ramo da confeitaria. Ambos se formaram em gastronomia, mas a vida profissional de cada um teve um começo em locais diferentes.

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Thaís, natural de Santos, foi estudar em São Paulo, onde conheceu Ícaro em 2013, enquanto trabalhava em uma confeitaria francesa de referência na cidade. Já Ícaro, vindo de Recife, foi para São Paulo em busca de novas oportunidades no mercado gastronômico, e foi no mesmo local que conheceu Thaís.

O que começou como uma amizade de trabalho acabou se transformando em um relacionamento e, eventualmente, em uma parceria profissional.

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O primeiro negócio foi inaugurado em 2017, um café com capacidade para até 25 pessoas, focado em servir refeições leves, como tortas e sanduíches, além de cafés especiais. Apesar de um início promissor, após seis meses de operação, a notícia de que o imóvel seria vendido para outra empresa foi um verdadeiro golpe para o casal.

“Todo mundo abre um negócio esperando que dê certo, mas não há garantias”, afirma Ícaro.

“Às vezes, por mais que você se dedique, as coisas simplesmente não acontecem como esperado. Abrimos, deu certo por um tempo, até que veio esse banho de água fria. A realidade é que aquela loja estava fadada ao fechamento, mesmo que o contrato fosse renovado. Renovamos o contrato, mais cinco anos pela frente, mas será que depois desse tempo o negócio ainda faria sentido? Já parecia que o fim estava traçado.”

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Com o fechamento temporário do café durante a pandemia, surgiu uma nova oportunidade. O casal transferiu sua cozinha para um apartamento em Santos, e de lá começaram a fazer croissants e outros produtos para delivery. "A gente queria fazer algo simples, algo que a gente sabia fazer bem, e foi quando a ideia do Croissant na Caixa surgiu", conta Thaís.

Em setembro de 2022, após meses de testes e ajustes, a Croissant na Caixa ganhou forma e começou a conquistar clientes através das redes sociais, especialmente Instagram. "O Instagram foi fundamental para o nosso crescimento. E a gente não tem medo de falar: tráfego pago fez a diferença", afirma Thaís, que também cuida da comunicação e do marketing do negócio.

Em 2024, já com uma clientela fiel e com a necessidade de um espaço maior, o casal decidiu abrir uma loja física no coração de Santos, atendendo ao público local, especialmente os estudantes e moradores da região.

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Porém, os primeiros meses de operação não foram fáceis. "Nos primeiros dois meses, a gente estava totalmente sem estrutura e nem conseguia repor a vitrine de forma adequada. Chegávamos ao fim do dia e não havia mais nada. A produção era no limite, e mesmo assim os clientes ficavam insatisfeitos", lembra Ícaro.

Eles enfrentaram dificuldades de adaptação ao novo ritmo, como a reorganização da cozinha e o ajuste na logística de produção, tornando o fluxo de trabalho desafiador.

"Havia dias em que a gente fazia o creme de confeiteiro e não encontrava a faca onde esperava", comenta Thaís. Isso tudo enquanto tentavam manter a qualidade dos produtos e atender a demanda crescente.

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E se engana quem pensa que os desafios acabaram aí. A ideia de colocar a Croissant na Caixa no iFood, um desejo de muitos clientes, também é um tema recorrente. "Queremos muito estar no iFood, mas não é só colocar no aplicativo e pronto", explica Thaís.

A logística do delivery é complexa, especialmente com produtos delicados como mil folhas. Eles preferem não comprometer a qualidade, pois sabem que com a embalagem inadequada o produto pode chegar aos clientes em péssimas condições.

"O mil folhas, por exemplo, é um produto que não dá para ser embalado de qualquer jeito, ele é frágil. Se colocarmos no iFood com a embalagem errada, vai virar uma farofa", diz Ícaro. Além disso, a demanda seria tão alta que não conseguiriam garantir que o fluxo da loja e do delivery pudesse ser gerido de maneira eficaz.

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Eles reconhecem a necessidade do delivery para expandir o negócio, mas afirmam que preferem crescer de forma controlada. "Estamos ajustando a nossa operação para oferecer um delivery com a mesma qualidade que temos na loja, ainda." O casal está trabalhando no processo, mas prefere avançar devagar, sem perder o controle sobre o produto.

Hoje, a loja conta com uma variedade de produtos, incluindo os croissants tradicionais, mil folhas e o famoso especial do mês, uma criação nova toda vez, disponível apenas por tempo limitado.

"Nosso foco sempre foi oferecer o melhor croissant possível. E a loja tem sido um reflexo disso, com um espaço onde as pessoas podem se sentir à vontade, experimentar nossos produtos e se encantar", conclui Thaís.

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