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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu a investigação da Polícia Federal (PF) sobre os boatos do fim do Bolsa Família. Esses boatos geraram correria de milhares de famílias às agências da Caixa Econômica Federal, com uma onda de saques em maio. Ao se questionado nesta terça-feira sobre o episódio, em audiência pública na Comissão de Educação do Senado, o ministro negou que tenha influenciado de qualquer forma os trabalhos da PF no caso.
"Logo que abrimos o inquérito policial, houve quem dissesse que eu estava orientando a PF para o lado político. O ministro da Justiça controla ou não controla, mas sempre é acusado. Ao longo desses anos a Polícia Federal se constituiu como uma polícia republicana, de Estado", afirmou Cardozo.
Questionado sobre a necessidade de que a Caixa Econômica Federal seja responsabilizada sobre a questão, Cardozo disse que nem administrativamente isso seria possível. "Do ponto de vista administrativo, pelo menos da leitura do relatório, não decorre absolutamente nada que possa ser imputado a qualquer autoridade pública". Ele reafirmou a conclusão da PF, que indica como causa dos boatos uma "coincidência de causas", ou seja, "pela inexistência de indícios que pudesse criminalizar qualquer pessoa".
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A Polícia Federal concluiu que o boato sobre o Programa Bolsa Família, que provocou grandes filas e tumultos em agências da Caixa e casa lotéricas de 12 Estados no fim de semana dos dias 18 e 19 de maio, "foi espontâneo não havendo como afirmar que apenas uma pessoa ou grupo tenha os causado"."Conclui-se, assim, pela inexistência de elementos que possam configurar crime ou contravenção penal", afirma a PF. A investigação sobre os boatos do Bolsa Família foi encerrada na última sexta feira, 12 de julho. A PF encaminhou o relatório final ao Juizado Especial Criminal do Distrito Federal.