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O candidato presidencial da oposição venezuelana, Henrique Capriles, que contesta o resultado das eleições do país, apelou hoje aos seus seguidores para que não se manifestem na quarta-feira. Ele disse estar disposto a dialogar com o governo.
Capriles disse, em entrevista, que decidiu cancelar o apelo para a manifestação de quarta-feira: “Quem sair [para a rua] está do lado da violência e faz o jogo do governo.”
Segundo ele, o diálogo com o governo do presidente proclamado, Nicolás Maduro, se destina a resolver “a crise” na Venezuela, depois da vitória por escassa margem do candidato oficial nas eleições de domingo.
“Quero dizer aos venezuelanos e ao governo que estamos dispostos a abrir um diálogo para que esta crise possa ser resolvida nas próximas horas”, disse .
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Apesar de pedir para que não haja a concentração marcada para quarta-feira na capital, Capriles, que garantiu que a sua luta é pacífica, pediu para que haja protestos com tachos, panelas e caçarolas todos os dias, incluindo sexta-feira (19), quando Maduro vai fazer o juramento de posse.
Entretanto, a principal federação empresarial da Venezuela pediu hoje “a manutenção de um comportamento cívico”, em razão da disputa em torno dos resultados das eleições presidenciais.
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“Convidamos toda a população a ultrapassar este momento em ambiente de paz, que deve prevalecer num país praticamente dividido em duas metades que se expressaram democraticamente e merecem respeito mútuo e inclusão”, pediu a Fedecâmaras, em comunicado.
Foram registrados nos protestos convocados pela oposição na última segunda-feira sete mortos e 61 feridos, informou hoje a procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega.
Capriles não reconheceu a vitória de Maduro e exigiu a recontagem dos votos, o que o candidato do governo considerou “um capricho”.
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Maduro foi proclamado presidente eleito na segunda-feira e deve assumir formalmente o cargo na sexta-feira, no Parlamento.
Ele já responsabilizou Capriles pelas mortes ocorridas e disse que o candidato derrotado vai ter de responder perante a Constituição e a lei.
O governo dos Estados Unidos mostrou-se hoje surpreso pela rapidez com que o Conselho Nacional Eleitoral proclamou Maduro presidente e evitou reconhecer a sua vitória, tornando a solicitar a recontagem dos votos, à semelhança da oposição.
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Já o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, lamentou as mortes e pediu “calma” e “moderação” de todos os setores políticos. O presidente boliviano, Evo Morales, acusou os Estados Unidos de estarem preparando um golpe de Estado na Venezuela.