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Os cerca de 5.500 servidores municipais da Prefeitura de São Vicente e seus dependentes, contabilizando 11.500 pessoas, correm o risco de ficar sem atendimento médico nos hospitais, laboratórios e clínicas credenciados na Caixa de Saúde e Pecúlio dos Servidores Municipais de São Vicente (Capep). Tudo em função dos atrasos nos repasses da Prefeitura à entidade.
Quem aponta esse quadro preocupante é o próprio presidente da Capep, Hélio da Costa Marques. Segundo conta, oito empresas (entre clínicas, consultórios e laboratórios) já comunicaram oficialmente que deixaram de atender os conveniados da Capep. E, extra-oficialmente, ele já soube que a Santa Casa de Santos, outra conveniada, também deverá deixar de atender os associados.
A preocupação com a suspensão do atendimento na Santa Casa de Santos se dá porque ela é uma das unidades credenciadas pela Capep vicentina para atendimentos de urgência e emergência. A outra unidade é o Hospital Frei Galvão. “Isso nos traz uma preocupação enorme e um grande aborrecimento”, lamenta Costa Marques.
A Caixa de Pecúlios não conta com fonte de renda própria. Ela custeia os atendimentos de seus dependentes graças à destinação de 3% dos vencimentos dos servidores municipais e da contrapartida, no mesmo valor, que teria de ser dada pela Prefeitura. “Mas nem o repasse dos servidores está sendo encaminhado”, aponta o presidente da entidade.
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Desde março
Os atrasos nos repasses começaram em março. O valor mensal varia em torno de R$ 1,5 milhão. Desesperado com o não envio da verba, restou a Costa Marques fazer uma peregrinação pela Prefeitura. “Vou três vezes por semana lá. Vou na Secretaria da Fazenda, na Secretaria de Administração e até no prefeito”.
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O presidente da Capep diz se entristecer ao saber de cada não atendimento de seus associados. “Eu, como gestor, não tenho como garantir o direito do servidor de ser atendido. As pessoas acham que eu sou um mau gestor”, queixa-se, lembrando que essa crise por falta dos repasses tem ofuscado os avanços recentes obtidos na entidade.
Dívida de R$ 82 mil
As duas unidades da Policlínica Ipiranga deixaram de atender os servidores municipais desde segunda-feira. A medida foi tomada pela falta de pagamentos desde fevereiro, segundo conta um dos sócios, Paulo César da Costa. “Os valores mensais variam conforme o número de atendimentos. Tem mês que deixamos de receber R$ 14 mil, outro mês R$ 18 mil. Estão nos devendo R$ 82 mil”.
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Costa destaca que sua policlínica faz uma média de 500 atendimentos mensais aos associados da Capep, entre consultas e exames. “Procuramos eles, mas não teve jeito. Os médicos e funcionários precisam receber. E também temos outras contas para pagar. Não teve jeito”.
Resposta
Procurada pelo Diário do Litoral, a Prefeitura de São Vicente reconheceu parcialmente o atraso. “O mês de abril, que é pago em maio, está em atraso. A Prefeitura está se empenhando e logo que possível irá regularizar a pendência dos repasses às entidades”, diz a nota encaminhada à Redação.
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A Secretaria da Fazenda informou que as entidades, em sua maioria, têm como data do repasse todo dia 20 do mês subsequente.
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