Cotidiano
Caso as chuvas, durante os próximos meses, mantenham a média histórica, o nível dos reservatórios só voltará a ultrapassar o volume morto no final do ano
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As projeções feitas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que dificilmente o Sistema Cantareira voltará a operar no volume útil antes de dezembro. Caso as chuvas, durante os próximos meses, mantenham a média histórica, o nível dos reservatórios só voltará a ultrapassar o volume morto no final do ano.
Um cenário de precipitações 50% acima da média permitiria o sistema sair da reserva técnica em cinco meses. Por outro lado, caso as chuvas cheguem a ficar 50% abaixo da média histórica para o período, o sistema entraria o mês de dezembro com apenas 6,2% do volume total.
Há exatamente um ano começou o bombeamento das reservas técnicas do Sistema Cantareira, à época o principal manancial responsável por abastecer a região metropolitana de São Paulo. O chamado volume morto, água que fica abaixo das comportas dos reservatórios adicionou um total de 287,5 bilhões de litros ao volume disponível para o abastecimento. O que significa 22,6% do total que pode ser utilizado ou 29,2% do volume útil.
Hoje, o Cantareira tem armazenados 194,1 bilhões de litros, 19,8% do volume útil e 15,3% da quantidade total. Para voltar a operar no nível positivo, os reservatórios ainda precisam de 93,4 bilhões de litros. Até o dia 13 de maio, o manancial tinha recebido 44,9% da média de chuva para o mês.
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Antes do início da crise, o Cantareira garantia água para quase 9 milhões de pessoas em toda a Grande São Paulo. A estiagem e a perda acelerada de água nos reservatórios fez com que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) redirecionasse o abastecimento para outros mananciais. Hoje, o sistema abastece cerca de 5,4 milhões de pessoas, sendo ultrapassada pelo Sistema Guarapiranga, que atualmente fornece água para 5,8 milhões de consumidores.
Além de reduzir o número de atendidos pelo Cantareira, a companhia passou a reduzir a pressão nas tubulações em parte do dia. Na prática, os consumidores atendidos pelo sistema recebem água por apenas algumas horas, ficando a maior parte do tempo com o abastecimento interrompido.
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Com a redução da retirada, foi possível evitar o colapso dos reservatórios e evitar o rodízio, racionamento escalonado que alternaria dias com e sem água. Segundo o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, essa medida mais drástica não deve ser implementada neste ano. “Já estamos no período seco e vamos atravessar esse período sem perder o controle, sem esvaziar os reservatórios, sem a necessidade de impor a população uma situação ainda mais difícil do que a vivenciada atualmente. Nós estamos seguros disso”, ressaltou ao participar, na última quarta-feira (13), de audiência comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo que investiga problemas de abastecimento na capital.