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Lodo, mau cheiro, passarelas oferecendo risco aos pedestres, muito mato e, em alguns trechos, não existem mais muretas de proteção. Assim está o canal da Linha Vermelha. Insalubre e precário. A Linha Vermelha corta quatro bairros populosos situados em área nobre de São Vicente e está abandonada. A Reportagem percorreu toda a extensão da via, passando pelos bairros Vila São Jorge, Vila Voturuá, Jardim Independência e Vila Valença. Em todos os pontos, o estado é crítico.
Considerando o aspecto do canal, muretas, passarelas e calçadas não devem receber serviços de manutenção há muito tempo. Quanto mais perto do Centro, maior foi a infraestrutura construída no canal, como na Vila Valença, Jardim Independência e Vila Voturuá, por exemplo, mas mesmo nas imediações desses bairros, com exceção da Vila Valença, observamos o retrato do esquecimento. Pontes de alvenaria para pedestres quebradas, muretas quebradas ou nenhuma, calçadas estouradas por causa das raízes das árvores, mato e lodo dentro do canal. Só mesmo as garças, por seu instinto de sobrevivência, para tentar encontrar peixes na água insalubre. Já na Vila Valença, próximo à Avenida Marechal Deodoro, na Linha Amarela, trabalhadores da Prefeitura faziam a limpeza do canal.
Nas imediações da Vila São Jorge, o quadro é ainda pior. Na divisa com Santos, o contraste é absoluto. O bairro pertence às duas cidades. No lado de Santos, o canal e as calçadas são bem conservados e limpos. Separado por um pontilhão, o canal do lado de São Vicente é precário, cheio de mato, lodo e não tem calçada no entorno no canal. Sobre a “calçada”, estavam despejadas garrafas pet e até tigelas de despachos de macumba, secas e sem nenhuma oferenda, sinal de que estão ali há muito tempo. A ponte de ferro para pedestres está enferrujada e balança.
Uma família que passava pelo local, acompanhada de crianças, evitou a ponte e preferiu dar uma volta grande para chegar em casa.
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“A gente não tem coragem de passar por essa ponte. É perigoso”, disse a do lar Eliana Santana, moradora da Rua Farmacêutico José Ignácio da Glória, na Vila São Jorge, há três anos.Eliana reside no bairro há 16 anos e apontou um problema antigo que aflige os moradores. “Quando chove enche tudo. É horrível. As ruas todas alagam. Além disso, tem muito mosquito aqui no bairro por causa do canal. O mau cheiro também é forte. E o IPTU daqui é caro. Eu pago R$ 230,00 por mês de IPTU, nessa área que é considerada nobre”, relatou Eliana que é mãe de três filhos.
No portão da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Lions Clube, localizada na Rua Costa Rêgo, 533, na Vila São Jorge, quase esquina com a Linha Vermelha, está afixado um cartaz da campanha de prevenção da dengue contendo o seguinte texto:“Bairro Limpo: livre da dengue”. Ironicamente, parece que a Prefeitura é que não faz a sua lição de casa, pois o canal pode ser um foco a céu aberto de proliferação do mosquito da dengue.
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Já na Vila Voturuá, outra moradora se queixa. “É muito ruim. Jogam sofá, colchão e até bicho morto dentro do canal”, afirmou a doméstica Dionéia Ferreira Mariano, que reside na Rua Catalão. Ela mora no bairro há 30 anos.
A Prefeitura responde
Procurada, a Prefeitura de São Vicente informou apenas que “por meio da Gerência de Limpeza Urbana da Codesavi (Companhia de Desenvolvimento de São Vicente) irá realizar os serviços de raspação do mato e retirada dos detritos e entulhos do local nos próximos dias”.
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Reforma
A Reportagem também perguntou à assessoria de imprensa da Administração Municipal, se existe um projeto de reforma do canal da Linha Vermelha, mas segundo foi informado, o secretário responsável não foi localizado até o fechamento desta matéria, na última terça-feira.
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