Cotidiano

Campanha nas escolas visa diagnóstico precoce da Hanseníase

Mais de 31 mil novos casos da doença foram registrados no Brasil. Melhoria das condições de vida e avanço científico modificaram o quadro da hanseníase

Publicado em 25/08/2015 às 10:51

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No último dia 10, o Ministério da Saúde iniciou o mapeamento de casos de hanseníase em crianças e adolescentes de até 14 anos. O Brasil registrou, no ano passado, mais de 31 mil novos casos. O levantamento também será realizado em escolas da Baixada Santista. Esta é a terceira — e última — reportagem da série do Diário do Litoral que aborda a história, o combate e o tratamento da doença que, em um passado recente, condenou milhares de pessoas ao isolamento.

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Para o diagnóstico da hanseníase, as escolas enviarão fichas com o desenho do corpo humano para que os pais ou responsáveis marquem onde as crianças têm qualquer tipo de mancha na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica. Caso uma criança seja diagnosticada com a doença, a equipe de saúde vai investigar se pessoas próximas a ela também estão doentes. Na edição do ano passado, dos 4,1 milhões de estudantes responderam o questionário. Destes, 231.247 foram encaminhados às unidades de saúde para esclarecimento e diagnóstico e 354 foram diagnosticadas com a doença.

Em Bertioga, a campanha junto às escolas tem início hoje. O levantamento segue até quinta-feira (27). Segundo a Secretaria de Saúde, o Município registrou apenas um caso da doença no ano passado. Não há confirmação de novos casos este ano. O tratamento de pacientes infectados com hanseníase é feito na Vigilância Epidemiológica, que fica Rua Jorge Ferreira, 60, no Centro. Mais informações pelo telefone 3317-1731.

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A busca de casos ativos da doença, em Cubatão, aconteceu no último dia 18. A campanha do Ministério da Saúde envolveu cerca de 600 crianças na faixa etária de seis a 14 anos. “Queremos realizar o diagnóstico precoce da doença e divulgar que o tratamento é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde”, informou a diretora do Departamento de Vigilância Ambiental à Saúde, Maria Adelaide Gonzalez.

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O Município foi o único da Baixada Santista que não registrou casos da doença no ano passado. Neste ano foram notificados dois casos até o momento. Após o diagnóstico, o portador da doença é encaminhado para medicação e acompanhamento à Vigilância Epidemiológica, que fica na Rua D. Pedro I, 104, na Vila Nova.

Santos não registrou novos casos neste momento. Em 2014, o Município contabilizou nove ocorrências da doença. Segundo a Prefeitura os casos diagnosticados na Cidade têm ligação com o local de moradia anterior do paciente, geralmente oriundo das regiões Norte e Nordeste, locais com maior incidência e prevalência de hanseníase no Brasil.

A campanha para o diagnóstico precoce em crianças menores de 15 anos está ocorrendo no Município. Em Santos há duas unidades como referência para a identificação/tratamento da hanseníase: o  Centro de Saúde Martins Fontes, que fica na Rua Luiza Macuco, 40, na Vila Mathias e o AMBESP Zona Noroeste, na Rua Professor Luiz Gomes Cruz, s/nº, no Jardim Castelo.

Em Itanhaém há apenas um caso de hanseníase. De acordo com a Prefeitura, o Município realiza frequentemente busca ativa em escolas e unidades de saúde. O tratamento da doença é feito no Centro de Infectologia de Itanhaém (CINI), que funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas, na Rua Maranata, 229, Jd. Sabaúna. Mais informações pelo telefone 3426-3350.

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Dois casos de hanseníase foram registrados em Mongaguá este ano. Os pacientes são acompanhados mensalmente pelas equipes da rede básica de Saúde, segundo a Prefeitura. A campanha junto às escolas deve acontecer em setembro, quando também estão previstas a realização de palestras e distribuição de material informativo.

Questionadas sobre as ações de combate à doença, as prefeituras de Guarujá, São Vicente, Praia Grande e Peruíbe não responderam até o fechamento desta edição.

A doença

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A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Leprae). A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas. Ela é transmitida principalmente pelas vias respiratórias superiores de pacientes não tratados, sendo, também, o trato respiratório a mais provável via de entrada do M. leprae no corpo.

A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram o quadro da hanseníase, que há mais de 20 anos tem tratamento e cura. No Brasil, no período de 2007 a 2011, uma média de 37 mil casos novos foram detectados a cada ano, sendo 7% deles em menores de 15 anos.

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