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Embora não tenham relação com o Movimento Passe Livre, os caminhoneiros resolveram também entrar na briga por tarifas mais justas. Ontem, eles bloquearam totalmente os dois sentidos da Via Anchieta no quilômetro 23, em São Bernardo do Campo. O tráfego ficou represado do quilômetro 19 ao 23 sentido Baixada Santista e do 27 ao 23 sentido Capital. A opção foi utilizar o trecho urbano.
A Anchieta sentido Baixada teve tráfego congestionado do quilômetro 62 ao 64, no acesso ao Porto de Santos, devido à manifestação dentro da região portuária. Houve manifestação, incluindo queima de pneus, no lado Santos e no lado de Guarujá.
Os caminhoneiros decidiram liberar as pistas da Anchieta por volta das 19h. Eles prometem voltar às 5h desta terça-feira, bloqueando o tráfego nos dois sentidos da rodovia.
Durante boa parte do dia, o conhecido Retão da Alemoa ficou parado. Nenhum caminhão entrava ou saia do Porto de Santos. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que a operação nos terminais ocorreu normalmente, sem qualquer prejuízo às cargas via contêineres. A chuva, no entanto, prejudicou o embarque de grãos.
A Cônego Domenico Rangoni seguiu bloqueada no quilômetro 250, na Área Continental de Santos, devido à manifestação. A faixa da esquerda foi liberada para veículos de passeio. Houve congestionamento do quilômetro 249 no sentido Cubatão e do 254 ao 250 sentido Guarujá. Os caminhoneiros permanecem parados no pedágio.
A Rua do Adubo em Guarujá, conhecida por seus problemas de tráfego, chegou a ficar bloqueada. O bloqueio impediu que caminhões e carros seguissem em direção ao Guarujá ou à Cubatão. A Polícia Militar e Polícia Militar Rodoviária Estadual (PRE) acompanharam todos os veículos, sem interferir ou confrontar os caminhoneiros.
Os caminhoneiros pedem a redução da tarifa nos pedágios do Estado e a suspensão da cobrança do eixo suspenso nas praças de pedágio, que passou a valer hoje (1), a redução do preço do óleo diesel, além de mais segurança para os caminhoneiros na Região Metropolitana de São Paulo.
O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) encabeça a iniciativa e os protestos servem para mostrar a insatisfação de quem ganha a vida na estrada com a cobrança dos eixos. Alguns motoristas já cogitam dormir dentro dos veículos caso a greve continue. Eles aguardam uma manifestação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o movimento deve seguir até a próxima quinta-feira, mas podem mudar de ideia caso o Governo aceite negociar.
Alckmin cobrará prejuízos
O governador Geraldo Alckmin determinou, no fim da tarde de hoje (1), que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) entrasse com uma ação judicial para pedir a liberação imediata das rodovias e impedir eventuais novos bloqueios totais. A PGE pretende cobrar indenizações pelos prejuízos causados pelas manifestações. O Tribunal de Justiça não confirmou se a ação da PGE foi julgada até as 20h.
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Por outro lado, o Governo atendeu a um pedido dos caminhoneiros indiretamente. A cobrança do eixo suspenso, prevista para começar segunda-feira, foi adiada por tempo indeterminado. “A cobrança não foi implantada, pois ainda depende da conclusão de medidas jurídicas e técnicas”, disse a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). A cobrança foi anunciada semana passada por Alckmin como uma das medidas necessárias para viabilizar a suspensão do reajuste dos pedágios.
Confronto
Em Cubatão, cerca de 150 manifestantes foram às ruas da cidade. De manhã, fecharam a principal via, a Avenida Nove de Abril. O grupo tentou acessar a Rodovia Cônego Domenico Rangoni (SP-248/55), mas foi impedido por soldados da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Houve confronto. Próximo à Ponte do Arco Íris, os manifestantes foram recebidos com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e não conseguiram atravessar a barreira formada por soldados da Força Tática.
No fim da manhã, os manifestantes seguiram até o Paço Municipal.
Por volta das 11 horas, eles invadiram, sem impedimento, a Câmara de Vereadores, exigindo uma definição quanto à data da nova tarifa do transporte na Cidade. A tarifa já foi definida e passa a valer R$ 2,85 a partir de hoje. Os manifetantes também pediram, na Câmara, melhorias nos serviços públicos e investimentos no Hospital Municipal.
Praia Grande
Em Praia Grande, um grupo de manifestantes ameaçou acampar nas imediações do Paço Municipal — Av. Presidente Kennedy, 9.000, no Mirim. Por volta das 15 horas, o grupo foi atendido por uma comissão da Prefeitura e ficou, nos próximos dias, de enviar uma lista de reivindicações envolvendo transporte público, educação, saúde e segurança.
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Tarifas baratas
Praia Grande e Guarujá já estão com tarifas mais baixas, R$ 2,90 e R$ 2,80 respectivamente. Mas os manifestantes não estão satisfeitos e devem continuar com os movimentos. As tarifas das linhas intermunicipais, gerenciadas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), tiveram queda de R$ 0,15 em média, na Baixada Santista.
Em Cubatão, apesar da nova tarifa de R$ 2,85 válida desde hoje, manifestantes querem que chegue a R$ 2,50.
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