Cotidiano

Caminhões de lixo viram tormento em São Vicente

Vizinhos reclamam de chorume e estadia de coletores cheios em garagem. A Reportagem do Diário do Litoral flagrou entradas e saídas de caminhões com lixo na garagem

Publicado em 20/02/2015 às 10:58

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A movimentação de caminhões de coleta de lixo urbano em uma garagem que fica na Praça Winston Churchill, entre a Rua Frei Gaspar e a Rua Nicarágua, na Cidade Náutica, em São Vicente, está causando transtornos aos moradores do local. Segundo eles, desde o último sábado a empresa responsável pelo serviço na Cidade, a Terracom, tem utilizado o espaço para lavar os veículos, o que tem acarretado o escoamento de chorume na via e mau cheiro na área. Há informações de que os coletores repletos de lixo passam a noite no local.

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“Mudei para cá não faz um ano esperando ter uma vida tranquila com a minha família e vejo isso. Hoje, depois que veio a imprensa, até está limpo, mas nos outros dias a chuva levou tudo para a nossa porta. Esses dias eram mais de dez caminhões cheios de lixo parados lá dentro. Um cheiro insuportável”, disse Reginaldo de Oliveira. Segundo o metalúrgico, os coletores chegam ao local por volta de meia-noite, com lixo, e permanecem até as 7 horas, quando há a troca de turno.

A Reportagem esteve no local e flagrou o entra e sai de caminhões, inclusive com lixo. Segundo os moradores, ao contrário dos outros dias, os veículos não estavam mais acessando a garagem pela entrada da Rua Nicarágua e utilizavam a portaria da Praça Winston Churchill para ingressar no interior da garagem. A área era utilizada anteriormente por uma empresa de ônibus.

“Ficamos sabendo que a empresa de ônibus iria sair e a do lixo iria entrar. Pensamos que eram só escavadeiras e máquinas, daí chega os caminhões de lixo. Isso começou no sábado de Carnaval. Desde então é mau cheiro, aumentou as moscas e esse líquido (chorume) fica escorrendo pela rua”, disse Pablo Luiz Oliveira, outro vizinho do local.

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Moradores dizem que caminhões cheios de lixo passam a noite no local (Foto: Matheus Tagé/DL)

Os moradores iniciaram a coleta de um abaixo-assinado, que já conta com mais de 200 assinaturas. O documento será encaminhado ao Ministério Público. “Eles já estavam lá na Frei Gaspar fazendo isso e os moradores reclamaram e agora vieram para cá. Queremos saber quem deu o alvará de funcionamento para realizarem esse tipo de operação insalubre. É um absurdo. E não adianta eles dizerem que estamos mentindo, pois registramos tudo em fotos e vídeos”, disse a servidora aposentada Rosemary Benassi. 

Terracom diz que tem licença

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A assessoria de imprensa da Terracom informou, por meio de nota, que a empresa possui alvará para operação na antiga garagem da Rua Frei Gaspar e que já solicitou mudança para o novo local (Praça Winston Churchill).

Segundo a empresa, a mudança ocorreu por conta da necessidade de aumento de efetivo para atender os serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares diante do problema vivenciado pelo Município com o fechamento da área de transbordo. No novo local, que conta com espaço para oficinal, lavagem e lubrificação de veículos e anexos administrativos, a Terracom teria encontrado uma estrutura maior para o ‘garageamento’ dos veículos utilizados pela companhia.

Apesar de a Reportagem ter flagrado a entrada e a saída de caminhões com lixo, em relação a permanência de veículos carregados com resíduos dentro da unidade, a empresa disse que o fato só ocorre no caso de manutenção pontual quando os mesmos apresentam defeitos em meio à operação.

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Para minimizar os transtornos aos moradores, a Terracom informou que se compromete em realizar a higienização dos veículos e mudar a entrada da unidade para a Praça Winston Churchill, no sentido de evitar a circulação dos caminhões pela Rua Nicarágua.

Questionada sobre a concessão do alvará e a denúncia dos moradores, a Prefeitura de São Vicente se limitou a dizer que a Secretaria de Comércio, Indústria e Negócios Portuários (Secinp) e a Secretaria da Saúde (Sesau) encaminhariam técnicos ao local para avaliar a situação para tomar as providências cabíveis.

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