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Vinte e cinco pessoas, entre representantes das secretarias do Meio-Ambiente, Energia, Turismo, EMAE, prefeituras de Cubatão e São Bernardo, AGEM-Santos, DER, Fundação Florestal e Emplasa se reuniram hoje na Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano (SDM) para organizar uma ação coletiva e tratar sobre a recuperação e aproveitamento do conhecido “Caminho do Mar”.
Há menos de um mês, o governador Geraldo Alckmin ter criado, por meio do decreto nº 59.425, um grupo especial de trabalho para refletir sobre as opções e oportunidades possíveis para a recuperação e aproveitamento do local.
Sob o comando do secretário Edmur Mesquita, e contando com a presença de Marco Antonio Castello Branco, assessor especial do governador, todos exaltaram o potencial e o valor do Caminho do Mar e lembraram que, em primeiro lugar, é preciso reabrí-lo e mais uma vez restaurar os oito monumentos que ficam em seu perímetro.
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Segundo os participantes, são dois os cenários a se trabalhar: o primeiro é encontrar uma solução imediata para se fazer as reformas necessárias à reabertura; e segundo, pensar-se numa destinação adequada, por meio de parceria pública privada (PPP) ou concessão, ao seu potencial turístico, educativo e histórico. “É preciso ter em mente que pelo Caminho do Mar passou a história do Brasil”, comentou o secretário Edmur Mesquita.
O conjunto em torno da rodovia pertence atualmente ao EMAE, uma empresa de capital aberto que, por sua vez, já concordou em repassar o Caminho do Mar, por um prazo de trinta anos, ao Governo do Estado.
Edmur Mesquita, da SDM, propôs que se crie uma espécie de Conselho de Administração do Caminho do Mar, “que seria composto pelo Governo do Estado e outros membros, para que se desenvolva uma política de aproveitamento e cuidado, destinação e ocupação, de todo o complexo”, comentou.
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Com um grande potencial turístico, reiteradamente lembrado por todos os presentes ao encontro, falou-se também da importância de se pensar no arranjo que se levará à iniciativa privada para que esta tenha interesse em investir e participar do empreendimento. “Só a visitação pública não irá garantir o interesse do investidor”, avisaram alguns dos participantes.
Para tratar sobre todas estas questões, durante o encontro, foram criados dois subgrupos, um mais técnico-jurídico, com a finalidade de se discutir a área a ser definida e seus entendimentos legais para a efetiva transferência da mesma ao Instituto Florestal; e outro mais administrativo, para tratar do plano de manejo do Caminho do Mar, com metas de curto, médio e longo prazos, com destaque para o marketing e a comunicação. Ambos deverão se reunir entre esta e a próxima semanas. E, também como resultado da reunião, foram agendados encontros com o coordenador estadual das PPPs, Pedro Benvenuto, e com empresas que já administram equipamentos parecidos com o Caminho do Mar, como o do Parque Nacional de Iguaçu, para se ter uma ideia das possibilidades reais e de exemplos concretos que vêm dando certo.
Preocupação
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Em entrevista a reportagem do Diário do Litoral, o vereador Fábio Alves, o Roxinho (PMDB), se mostrou preocupado com o anúncio do Estado de privatização do “Caminho do Mar”, ou “Estrada Velha”, como é conhecida a rodovia em Cubatão. Na última semana, uma Comissão Especial de Vereadores (CEV) foi criada para acompanhar as tratativas do Estado e tentar barrar privatização.
Para o vereador, as riquezas naturais de Cubatão têm de ser preservadas. “Me assustei com a notícia de que o governo quer ‘privatizar’ a Estrada. Quase 70% da Estrada Velha de Santos ficam no território de Cubatão, onde estão nossos monumentos tombados pelo patrimônio histórico. Nossa população sequer será ouvida neste processo?”, questionou.
Segundo Roxinho, o Poder Público deve preservar as riquezas naturais e históricas do município. "A possível privatização ou concessão seria uma agressão à história do nosso País e à história da nossa Cidade", afirmou.
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