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Camelôs portadores de deficiência e idosos estão em um acampamento improvisado em frente à prefeitura para protestar contra um plano do prefeito Fernando Haddad. Ele quer transferir 700 ambulantes, que têm autorização para trabalhar no centro, para a Feirinha da Madrugada, no bairro do Brás. O protesto começou na manhã de ontem com 30 pessoas que se acorrentaram umas às outras. Dessas, 15 passaram a noite no local. Na manhã de hoje (16) eles permaneciam protestando.
Segundo a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, o objetivo da medida é incentivar a criação de mercados populares e eliminar a vulnerabilidade do trabalhador que atua nas ruas da cidade. Na Feirinha da Madrugada há 1,2 mil box para distribuição, dos quais 700 foram reservados para os ambulantes que trabalham no centro da cidade.
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Segundo a ambulante Antônia de Lourdes Moreira, 52 anos, a determinação prejudica o grupo porque, para os deficientes, o acesso ao novo local é mais complicado. “Não é justo ele (Haddad) nos tirar dos pontos onde estamos. A pessoa mais nova tem 30 anos de serviço na rua. Tem gente com idade avançada. Não há como nos adequarmos a essa norma. Na campanha, ele prometeu que regularizaria nossa autorização para trabalhar e agora está fazendo o contrário”.
Vendedor de roupas para o inverno (toucas, meias, entre outros), Isaías Caetano Brás, 66 anos, está há 45 anos na rua 25 de Março e avalia a decisão como uma incoerência do prefeito. Ele ressaltou que os manifestantes ficarão em frente à prefeitura até o prefeito mudar de ideia. “Queremos ficar onde estamos há muito tempo. Não sei como vou viver caso tenha que mudar de lugar. Nem pensei no que fazer, porque o que eu espero é poder continuar onde estou”.
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Cícero José dos Santos, 69 anos, vende ferramentas há 30 anos nas ruas. Ele reclamou que ficará muito difícil trabalhar. “Como vamos nos locomover para lá? Para o deficiente é difícil. No centro da cidade nos conhecemos, dominamos a região. Além disso, não há segurança, porque há um grupo estabelecido por ali”.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego, a manifestação começou as 5h14 na Rua Monsenhor de Andrade com a Rua Oriente, de onde partiu para a Câmara dos Vereadores. Depois foram para o Viaduto do Chá, onde ocuparam a calçada. Segundo a a companhia, a manifestação se dissipou.
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