Câmara será alvo de manifestantes

Hoje, às  19 horas, uma grande manifestação será realizada na Câmara de Praia Grande visando à redução das tarifas do transporte público municipal. Conforme adiantado ontem pelo DL, a iniciativa acontecerá porque não está sendo levada em conta a redução de R$ 0,30 já anunciada pelo prefeito Alberto Mourão (PSDB), que determinou que a partir de julho, as tarifas passarão de R$ 3,20 para R$ 2,90.

Um dos grupos de manifestantes é o Praia Grande em Debate, que faz parte do Movimento Unificado de Apoio às Manifestações Nacionais. Ontem, o Grupo protocolou um ofício na Câmara, alertando o presidente da Casa, vereador Sérgio Luiz Schiano de Souza (PSB), o Serginho Sim, para que não haja qualquer tipo de boicote à iniciativa.

“A manifestação será pacífica, começará na área externa e vamos entrar nas galerias. Participarão ainda todos os grupos e pessoas envolvidas no Passe Livre. A ideia é propor uma audiência pública, envolvendo a população, o prefeito, o Ministério Público e representantes da Viação Piracicabana (concessionária do serviço de transporte) e o próprio presidente da Câmara.

Queremos esclarecimentos sobre a redução da tarifa”, disse Rogério Rizzo, do Praia Grande em Debate.

“Os vereadores são representantes do povo e têm obrigação de nos receber. Se acontecer o contrário, vamos utilizar as redes sociais e a imprensa para nos manifestar”, afirma Rizzo.

A assessoria de imprensa da Câmara confirmou que Serginho Sim dará andamento à solicitação e não cancelará a plenária. “Farei contato com o prefeito e a secretária de Transportes, Raquel Chini, para que possamos dar andamento à solicitação para a realização desta Audiência Pública o quanto antes”, finalizou.

Rizzo não acredita que houve redução, pois, conforme disse Mourão, para que a tarifa passe de R$ 3,20 para R$ 2,90, o Município teria que abrir mão de investimentos previstos no contrato com a empresa, que proporcionariam melhorias no sistema de transporte. “Essa repactuação significa tirar responsabilidades da Piracicabana.
Queremos uma redução no lucro da empresa, pois a cidade é plana, os trajetos são menores, há pouca manutenção de veículos, não há cobradores e, no entanto, as tarifas são iguais de São Paulo (Capital)”, disse Rizzo.

Planilha no Gaeco

Junto com o manifestante Márcio Teixeira, Rizzo possui uma planilha de custos, elaborada em pesquisa com empresas de ônibus, que inclusive se encontra em poder do Ministério Público que já solicitou uma planilha da Piracicabana, visando uma comparação.

Ele garantiu que o Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) já está periciando os documentos. “Pelos nossos cálculos, a tarifa em Praia Grande deveria estar no patamar de R$ 2,40, pois a retirada dos cobradores já representa uma economia substancial no custo final”, afirmou Teixeira.

Teixeira explica que a Piracicabana vem renovando contratos com o Município que não são cumpridos. “O primeiro contrato previa 300 novos pontos, dois novos terminais de transbordo — um na Vila Sônia e outro no Samambaia — e reforma dos dois terminais existentes que, por sinal, só receberam lâmpadas novas”, afirmou.

Piracicabana

Procurada, a Viação Piracicabana informou, em nota, que o valor da tarifa é definido junto com o Órgão Gestor do sistema de transporte municipal de acordo com a planilha de custos entregues.

Em relação aos terminais, a Piracicabana informou que o Tude Bastos foi totalmente reformado e o Tatico está em reforma.
Além disso, já foi construído o terminal de transbordo do Samambaia e o da Vila Sônia está em fase de planejamento.