Há anos não ocorre uma CEI na Casa de leis para investigar um membro do Executivo / Nair Bueno/DL
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O vereador Allison Sales (PL) conseguiu aprovar requerimento, apoiado por seis assinaturas, para propor, na Câmara de Santos, a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a conduta da secretária Municipal de Segurança Pública, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, também do PL.
Tudo por conta de denúncias, de sua autoria, de possível uso indevido de viatura oficial da Guarda Municipal. “Esse é um passo importante pela transparência e pelo uso correto dos recursos públicos”, disparou Sales nas redes sociais.
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Além de Sales, os vereadores que assinaram são Chico Nogueira (PT); Débora Camilo (PSOL); Fábio Duarte (PL); Marcos Caseiro (PT); Rui De Rosis Júnior (PL) e Sérgio Santana (PL).
“A minha e essas seis assinaturas já são suficientes para a instalação da CEI que pode ocorrer nesta terça-feira (15) ou na próxima após o feriado”, acredita Sales. A bancada de apoio ao governo deve impedir a instalação, como impediu a convocação da secretária para dar explicações por 13 votos a sete.
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O parlamentar afirma ter apoio popular, de diversas entidades e políticos da região e até do Estado em sua empreitada. “Não a acusei de nada, apenas estou cumprindo minha obrigação de fiscalizar. Estou recebendo mais denúncias, inclusive de funcionários públicos que estão desconfortáveis com a situação”, finaliza.
Há anos não ocorre uma CEI na Casa de leis para investigar um membro do Executivo. Informações dão conta que a bancada de apoio ao governo do prefeito Rogério Santos (Republicanos) estaria desconfortável com o desgaste.
Por sua vez, Raquel está solicitando a instauração de inquérito policial contra o Sales para apurar supostos crimes de violação de sigilo funcional, perseguição e violência psicológica e difamação por meio de rede social ao sugerir a prática de peculato e outros ilícitos administrativos.
Peculato é um crime cometido por funcionário público que desvia ou se apropria de dinheiro, bens ou valores públicos ou particulares. O crime é praticado contra a administração pública. Sales denunciou uso supostamente irregular e descaracterizado de veículo oficial.
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Procurada pela Reportagem, Raquel alega que não cometeu irregularidades e que os deslocamentos estavam ligados a compromissos profissionais, especialmente relacionados à sua função pública.
A utilização da viatura também se justificou, segundo conta, pelas ameaças de morte que sofreu no exercício do cargo. Disse ainda que Sales induziu a população ao erro a expondo como agente de segurança pública e a sério e concreto risco sua integridade física.
Alisson já revelou que alguns munícipes chegaram a dizer que iriam denunciá-lo por prevaricação caso não investigasse a questão e que vai continuar fiscalizando. Por fim, que irá se defender em caso de algum processo e, caso a CEI não seja instaurada, vai encaminhar a situação ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).
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Sobre a possível CEI que estaria em curso, Raquel Gallinati afirma que nenhuma ameaça, tentativa de intimidação, manobra política ou desvio de foco — ainda que revestidos de discursos institucionais — será capaz de paralisar o trabalho de sua secretaria.
“A eventual instauração de uma CEI, motivada por interesses políticos, não comprometerá a continuidade de uma gestão séria, técnica e verdadeiramente comprometida com a segurança da população de Santos. Seguiremos firmes e determinados no combate ao crime e na proteção da nossa cidade”, finalizou.