Câmara pode discutir uso irregular da GM de Santos

A Câmara de Santos deverá, na sessão de amanhã, abrir discussão sobre o requerimento do vereador Marcelo Del Bosco (PPS), solicitando informações do Executivo sobre suposto desvio de função da Guarda Municipal de Santos, flagrado semana passada pela Reportagem do Diário do Litoral. A proposta de debate foi do vereador governista Geonísio Aguiar, o Boquinha (PSDB).

A Guarda Municipal estaria sendo utilizada irregularmente — resguardando prédios e eventos particulares. É importante lembrar que a Guarda tem a função de resguardar prédios públicos, porque é paga com o dinheiro do contribuinte. No entanto, foi flagrada pela Reportagem trabalhando para empresários na Rua Viscondessa do Embaré, no Centro da Cidade. Um leitor enviou também um vídeo mostrando equipes no entorno de uma cerimônia de casamento.

Os episódios, dados com exclusividade pelo jornal, causou indignação não só em Del Bosco, mas entre outros parlamentares como Adilson dos Santos Júnior (PT); Douglas Gonçalves (DEM) e Evaldo Stanislau (Rede). Os vereadores manifestaram inconformismo pelo fato de que em muitos próprios públicos não existe a mesma atenção dada aos empresários santistas.

Requerimento

No documento, o vereador Del Bosco quer que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) informe quais as medidas tomadas após a publicação da reportagem, bem como, se tinha ciência do ocorrido e uma cópia do decreto que determina a segurança de bens particulares.   
       
O presidente da Comissão de Segurança da Câmara de Santos, vereador Sérgio Santana (PR), disse que vai aguardar a manifestação dos demais vereadores para saber se vai, ou não, convidar o secretário de Segurança, coronel Sérgio Del Bel, a dar explicações sobre a situação denunciada por duas reportagens exclusivas do DL.

Prefeitura

A Prefeitura nega resguardar patrimônio privado. Porém, além do flagrante do DL e do vídeo encaminhado à Redação sobre o casamento, há informações de que o trabalho irregular estaria também contemplando templos maçônicos, eventos sociais e políticos de pessoas ligadas à Administração.

Na Rua Viscondessa do Embaré, o Diário do Litoral conseguiu flagrar, em diversos horários — de dia e à noite — a vigilância de um bem privado pela Guarda. Uma viatura, com dois guardas municipais, foi flagrada de prontidão 24 horas. Não há qualquer patrimônio público na via, senão imóveis particulares.

Segundo informações exclusivas obtidas pelo Diário do Litoral por intermédio de guardas inconformados com a obrigação de cuidar de bens particulares, as ordens são dadas ‘de boca’ (informalmente) pelo Subcomando da Corporação, com provável anuência de superiores.

Outro lugar denunciado foi a Rua Zeonor Paiva Magalhães, no Chico de Paula, em que guardas seriam utilizados para resguardar uma empresa de segurança. Além da vigilância, os denunciantes alertam que a Guarda Municipal vem recebendo ordens para ‘limpar as áreas’ de moradores de rua que incomodam empresários.