Cotidiano
De acordo com os especialistas, a espécie está entre os 25 primatas mais ameaçados de extinção do mundo
Bugio-ruivo aparecia regularmente e de forma espontânea em uma cachoeira / Reprodução/Redes Sociais e Edson Montilha
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Um Bugio-ruivo (Alouatta guariba), que aparecia regularmente e de forma espontânea em uma cachoeira de Peruíbe, foi realocado pela Fundação Florestal e a ação revoltou os moradores, que o tinham como mascote, tanto que até deram o nome de César para ele.
De acordo com os especialistas, a espécie está entre os 25 primatas mais ameaçados de extinção do mundo. Apesar disso, ele não tinha medo de interagir com humanos e de se aproximar dos turistas, fato que causava preocupação nas autoridades em relação a uma eventual reação agressiva do animal e pelo risco de transmissão de doenças.
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No mês passado, uma lesma em extinção foi encontrada novamente na Austrália e animou os cientistas.
O Diário do Litoral também informou curiosidades de outro animal em extinção, a Jiboia-do-ribeira, que vive no Vale do Ribeira.
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O biólogo, primatólogo e gerente de biodiversidade da Fundação Florestal, Edson Montilha, acredita que o primata foi domesticado e, depois, abandonado em área de mata, conforme entrevista dada ao G1.
"Ele é dócil e não tem medo das pessoas. Um animal desse, na natureza, tranquilamente mantém de 20 a 30 metros de distância das pessoas”, afirmou.
A captura de César, realizada no último dia 26, revoltou muitos moradores que não entenderam as razões de tirarem ele de lá.
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Veja algumas reclamações postadas por populares nas redes sociais e, depois, saiba o que disseram as autoridades a respeito do assunto.
“Pois é, ele nunca fez mal a ninguém, mas o ser humano estava fazendo mal para ele. Tinha pessoas dando refrigerante, hot-dog e até cerveja para ele, isso fez com que chegassem a essa atitude”.
“Ele não pegava e nem comia nada, absolutamente nada das mãos do ser humano. Isto foi comprovado pois ele não saia de dentro de minha casa. Eu conhecia o Cesar. Isso foi uma injustiça”
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“O César estava na casa dele nas matas do Perequê, para ficar em gaiola não pode, né? O certo era trazer ele de volta”.
“Por que não fizeram melhorias para o César? Ao invés de colocar ele novamente em gaiola, deixar ele nervoso e deixar ele longe de pessoas que cuidavam dele diariamente. Se ele estivesse mal, não estaria ali tão tranquilo!”.
“É de cortar o coração. Tanta coisa para se preocupar, tirar o bichinho do seu habitat não dá para entender mais nada”.
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“Senhor Prefeito, queremos uma explicação! Esse macaco vivia há anos na cachoeira, livre e em seu habitat, e agora foi recolhido pelo IBAMA. Qual foi o motivo? Para onde ele foi levado? A população merece uma resposta! Não podemos aceitar que um animal que já fazia parte do local seja retirado sem justificativa. Esperamos seu posicionamento!”.
“Auxiliamos a Fundação Florestal e a Polícia Militar Ambiental a realocar o animal para a segurança de todos. Ele já foi solto dentro da Estação Ecológica e está sendo monitorado pela equipe da fundação, em breve eles devem soltar uma nota oficial explicando toda a situação”.
A Fundação Florestal informa que no dia 26 de fevereiro realizou o resgate de um bugio (Alouatta guariba) que se encontrava em situação de risco no entorno da Estação Ecológica Juréia-itatins. A ação, integrada com a Polícia Ambiental, contou com o apoio do Defau e do Cetas (Centro de triagem de animais Silvestres) de Peruíbe.
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O contato direto de animais silvestres com pessoas pode implicar riscos a ambos, como ataques à transmissão de doenças. O primata foi realocado para uma área protegida, com a possibilidade de retornar ao seu comportamento natural, e está sendo monitorado por uma equipe técnica especializada.
A Prefeitura de Peruíbe disse que a ação foi realizada pelo estado.
A orientação dada pelos especialistas é de manter distância do animal silvestre em questão, pois, apesar de dócil, ele não é um animal doméstico e pode morder alguém. O bugio é vulnerável à transmissão de doenças, principalmente a Covid-19 e a febre amarela.
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A cachoeira do Perequê recebe turistas de diversos locais do estado de São Paulo e do Brasil e, nessa proximidade, o risco de alguém trazer alguma doença para o primata é alta .