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Dez brasileiros sobreviveram às fortes inundações que atingem a região da Cordilheira do Himalaia, no Norte de Índia, há 11 dias, e já deixaram mais de 800 mortos – na maior tragédia do tipo dos últimos 80 anos no país. Ao todo, cinco brasileiros que estavam em um grupo de turistas, três irmãos e um casal que viajavam pela região conseguiram escapar das enchentes.
O Itamaraty não divulgou os nomes dos sobreviventes. Os cinco turistas brasileiros que viajavam com um grupo de cerca de 40 estrangeiros, a maioria americanos e canadenses, foram surpreendidos pela violência dos rios na região montanhosa. O grupo conseguiu escapar da força das águas e depois eles caminharam rumo ao local de onde helicópteros fizeram o resgate.
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"Foi realmente um milagre. Foi muito difícil para todos perceber que teríamos que caminhar até o outro lado da montanha para chegar até os helicópteros", disse o colombiano Luis Henao, que estava no grupo. "Estamos muito agradecidos às organizações locais e ao governo indiano. O rio estava vindo na nossa direção, e recuou para o outro lado, foi inacreditável."
O Norte da Índia é notório pela grande quantidade de ashrams, espaços de retiros espirituais, estudo de meditação e aulas de yoga, entre outras práticas. Segundo a Embaixada do Brasil em Nova Déli, outros três irmãos brasileiros estavam na região e, após sobreviverem à passagem das águas, tiveram de andar por dois dias atravessando as montanhas até serem resgatados por helicópteros.
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Além deles, um casal que estava em um ashram de Rishikesh relatou ter passado momentos de preocupação, com cortes de energia e o clima generalizado de tensão. No entanto, como o local não foi atingido diretamente pelas inundações, os dois resolveram permanecer no retiro.
A embaixada explicou que a tragédia é realmente de proporções épicas e que alguns aspectos têm tornado o resgate cada vez mais difícil. Segundo a representação diplomática brasileira, ainda há regiões completamente isoladas, com muitas pessoas presas e muitos corpos soterrados.
Nesta época do ano, a região do Himalaia, que abriga uma série de importantes templos hindus e budistas, recebe a visita de milhares de peregrinos indianos e estrangeiros. As monções (chuvas sazonais), que geralmente chegam ao norte do país em julho, atingiram a região mais cedo neste ano e com uma violência não vista há muitas décadas.
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Na quinta-feira (27), o governo indiano começou a cremar dezenas dos mais de 800 corpos dos mortos na tragédia e confirmou que ao menos 100 mil pessoas já foram retiradas das montanhas. As operações de resgate no local ocorrem com dificuldade. Na última terça-feira (25), muitas pessoas que estavam sendo resgatadas em um helicóptero morreram quando a aeronave caiu devido a uma tempestade. A previsão de mau tempo e neve em alguns dos pontos da cordilheira deve dificultar ainda mais os trabalhos das equipes de emergência.