Cotidiano
O fato, segundo o coordenador do Projeto Tamar, oceanógrafo Guy Marcovaldi, é inédito na América Latina e raríssimo no mundo. “Temos que pesquisar e confirmar se há outros”, ressaltou
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Um casal de tubarões-lixa (Ginglymostoma cirratum) se reproduziu pela segunda vez no Brasil, em tanques situados no Centro de Visitantes do Projeto Tamar, na Bahia. Essa espécie de tubarão está ameaçada de extinção – é ovípara (põe ovos) e tem dificuldade de procriar fora do seu habitat.
O fato, segundo o coordenador do Projeto Tamar, oceanógrafo Guy Marcovaldi, é inédito na América Latina e raríssimo no mundo. “Temos que pesquisar e confirmar se há outros”, ressaltou. O projeto é patrocinado pelo programa Petrobras Socioambiental: Desenvolvimento Sustentável e Promoção de Direitos.
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Os dois filhotes machos, batizados de Noah e Sheik, estão em quarentena, mas já podem ser vistos no tanque pelos visitantes. Guy Marcovaldi avaliou hoje (24), em entrevista à Agência Brasil, que a procriação em cativeiro é um fator positivo, “e mostra que nos nossos aquários existem condições favoráveis, onde os animais podem se reproduzir sem estresse”. Ele acentuou que é muito raro um animal se reproduzir sob estresse, e “ás vezes, nem come”. A procriação é o ponto máximo.
Em junho de 2013, o mesmo casal de tubarões gerou nove filhotes, dos quais seis sobreviveram. “Eles agora já estão enormes, com mais de um metro de comprimento”, comentou o oceanógrafo. Ele disse que a fêmea do tubarão apresenta comportamento ainda de reprodução, "inquieta, nadando o tempo todo”. Esta semana, ela até lançou ovos na água, mas estavam inférteis.
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De acordo com Guy Marcovaldi, à medida que os ovos vão ficando maduros dentro da barriga da mãe, ela os lança na água, os filhotes rompem então o ovo e nascem. O tubarão-lixa é encontrado em todos os mares tropicais e pode alcançar até quatro metros de comprimento. Não habita áreas frias. No Brasil, ele é achado principalmente no Nordeste, com destaque para a Bahia. O limite de ocorrência é o estado de Santa Catarina. Eventualmente, aparece no Rio Grande do Sul, “mas é raro”, destacou o coordenador do Projeto Tamar.
Marcovaldi salientou que no momento em que o Tamar mostra ao público um animal nascido em cativeiro, ele deixa de ser cobiçado como alimento pelo ser humano. Segundo ele, “o contato faz com que as pessoas tenham carinho e respeito, e deixem de olhar o tubarão como inimigo ou como comida”.
A reprodução do tubarão-lixa nos tanques do Projeto Tamar será objeto de trabalho científico que envolverá pesquisadores brasileiros e internacionais, e será publicado posteriormente.
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