Cotidiano

Brasil precisa inovar e planejar o consumo de energia elétrica

Para especialistas, energia renovável deve aumentar 90% até 2035 no país. Taxa média de crescimento do consumo de eletricidade é 4,7%

Publicado em 12/11/2014 às 11:05

Compartilhe:

O consumo de energia elétrica aumentou consideravelmente nos últimos anos no Brasil. Entre os fatores apontados por especialistas para essa alta está o acesso das classes mais pobres aos bens de consumo. O setor tem pela frente o desafio de atender a crescente demanda com qualidade e sem aumentar os custos. Inovação tecnológica e planejamento foram as propostas apresentadas ontem por especialistas e empresários no XXI Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica, no Mendes Convention Center, em Santos.

“O desafio é entender o mundo que vivemos e se adaptar a ele. Enxergar a cidade pela energia não é a solução. É preciso entender o espaço e o indivíduo, transformando-o antes de tudo em cidadão”, disse o professor Afonso Henrique M. Santos, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).

O especialista apresentou mapas do consumo de energia elétrica no município de São Paulo. Nos gráficos, a grande evolução da carga de ar-condicionado na Capital. “É necessário mudanças nas distribuidoras. Se há qualidade e demandas definidas por que não regular? Hoje existe uma retrição do escopo (do que se pretende atingir). É preciso isonomia. Atender os diferentes”, destaca.

O professor ressaltou o cenário dos grandes centros urbanos. “Não há nada mais atrasado do que rede aérea. Um emaranhado de fios. As empresas de comunicação, que contribuem muito para isso, precisam ser reguladas e respeitar as posturas municipais”, explica. Segundo ele, a solução está na cooperação do sistema. “Utilização planejada e conjunta de outras fontes energéticas, como a gás, por exemplo”.

Seminário aborda soluções para o futuro do setor de energia (Foto: Luiz Torres/DL)

Energia renovável

Para o presidente da General Eletrics (GE) no Brasil, Gilberto Peralta, o país precisa de planejamento de longo prazo, inovação tecnológica e união do governo e da sociedade. A multinacional norte-americana é uma das principais do setor no mundo.

“O Brasil tem uma crescente demanda causada pela mobilidade das classes sociais que antes não tinham acesso aos bens de consumo. Não faltam equipamentos, faltam projetos para atender a demanda”, destaca Peralta. A taxa média de crescimento do consumo de eletricidade e do total de energia é de 4,7% ao ano.

Peralta destacou que o país obteve grande evolução na produção de energia eólica – gerada a partir do vento – nos últimos anos. Atualmente a capacidade é de 600 megawatts, com capacidade para instalar 250 gigawatts. “São máquinas extremamente eficientes. O Brasil é o quarto instalador do mundo”. O consumo de energia renovável no país, segundo ele, aumentará 90% até 2035.

“Aqui falamos em corrupção e falta de segurança. Lá fora os investidores pensam na infraestrutura brasileira. É necessário pensar em investimentos em longo prazo e na união do governo e da sociedade para preservar as cadeias de produção”, ressalta o executivo. “É muito mais barato investir em tecnologia e inovação do que gastar com manutenção e acidentes”. 

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Diário Mais

Saiba o que fazer em um dia de chuva no Litoral de SP

Tempo chuvoso em regiões litorâneas pode se transformar em uma experiência cultural enriquecedora e divertida

Nacional

Investigação sobre bets: Gusttavo Lima tem prisão decretada

A prisão acontece no âmbito da mesma operação que prendeu também a influenciadora e advogada Deolane Bezerra: a Integration

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter