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O consumo de energia elétrica aumentou consideravelmente nos últimos anos no Brasil. Entre os fatores apontados por especialistas para essa alta está o acesso das classes mais pobres aos bens de consumo. O setor tem pela frente o desafio de atender a crescente demanda com qualidade e sem aumentar os custos. Inovação tecnológica e planejamento foram as propostas apresentadas ontem por especialistas e empresários no XXI Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica, no Mendes Convention Center, em Santos.
“O desafio é entender o mundo que vivemos e se adaptar a ele. Enxergar a cidade pela energia não é a solução. É preciso entender o espaço e o indivíduo, transformando-o antes de tudo em cidadão”, disse o professor Afonso Henrique M. Santos, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
O especialista apresentou mapas do consumo de energia elétrica no município de São Paulo. Nos gráficos, a grande evolução da carga de ar-condicionado na Capital. “É necessário mudanças nas distribuidoras. Se há qualidade e demandas definidas por que não regular? Hoje existe uma retrição do escopo (do que se pretende atingir). É preciso isonomia. Atender os diferentes”, destaca.
O professor ressaltou o cenário dos grandes centros urbanos. “Não há nada mais atrasado do que rede aérea. Um emaranhado de fios. As empresas de comunicação, que contribuem muito para isso, precisam ser reguladas e respeitar as posturas municipais”, explica. Segundo ele, a solução está na cooperação do sistema. “Utilização planejada e conjunta de outras fontes energéticas, como a gás, por exemplo”.
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Energia renovável
Para o presidente da General Eletrics (GE) no Brasil, Gilberto Peralta, o país precisa de planejamento de longo prazo, inovação tecnológica e união do governo e da sociedade. A multinacional norte-americana é uma das principais do setor no mundo.
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“O Brasil tem uma crescente demanda causada pela mobilidade das classes sociais que antes não tinham acesso aos bens de consumo. Não faltam equipamentos, faltam projetos para atender a demanda”, destaca Peralta. A taxa média de crescimento do consumo de eletricidade e do total de energia é de 4,7% ao ano.
Peralta destacou que o país obteve grande evolução na produção de energia eólica – gerada a partir do vento – nos últimos anos. Atualmente a capacidade é de 600 megawatts, com capacidade para instalar 250 gigawatts. “São máquinas extremamente eficientes. O Brasil é o quarto instalador do mundo”. O consumo de energia renovável no país, segundo ele, aumentará 90% até 2035.
“Aqui falamos em corrupção e falta de segurança. Lá fora os investidores pensam na infraestrutura brasileira. É necessário pensar em investimentos em longo prazo e na união do governo e da sociedade para preservar as cadeias de produção”, ressalta o executivo. “É muito mais barato investir em tecnologia e inovação do que gastar com manutenção e acidentes”.
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