Cotidiano

Brasil mantém negociações para evitar nova execução de brasileiro

Governo brasileiro pede ao indonésio para que Rodrigo Muxfeldt Gularte seja tratado em clínica psiquiátrica, "em razão de seu estado de saúde mental"

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 21/01/2015 às 21:08

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Depois de ser chamado de volta ao Brasil "para consultas", sinal de represália à execução do brasileiro Marco Archer, em Jacarta, no sábado passado, o embaixador do Brasil na Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, participou nesta quarta-feira da sua primeira reunião oficial com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário geral da pasta, Sérgio Danese.

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Segundo o Itamaraty, o embaixador Paulo Alberto informou ao ministro as iniciativas para tentar reverter uma nova execução, desta vez do surfista Rodrigo Muxfeldt Gularte, assim como o pedido apresentado ao governo indonésio para que ele seja tratado em clínica psiquiátrica, "em razão de seu estado de saúde mental".

Ainda de acordo com informações do Itamaraty, "a saúde do brasileiro é motivo de preocupação e inspira cuidados". Por isso "o governo brasileiro tem tratado o tema com a máxima prioridade, em razão do caráter humanitário de que se reveste o caso". Segundo o MRE, "várias visitas consulares têm sido feitas ao brasileiro, contatos frequentes com sua família, assistência in loco para que os familiares possam visitá-lo sempre que desejarem e a legislação local permitir".

Rodrigo Muxfeldt Gularte, outro brasileiro condenado por tráfico na Indonésia (Foto: Associated Press)

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No início da tarde desta quarta-feira, o ministro Mauro Vieira esteve com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, quando tratou da viagem para a posse de Evo Morales, na Bolívia. Na ocasião, Mauro Vieira informou a presidente sobre o regresso do embaixador Paulo Alberto ao Brasil. Os dois ficaram de conversar mais detidamente sobre o assunto nesta quinta-feira, durante o voo para La Paz.

O governo brasileiro continua negociando, em várias instâncias, não só a transferência de Rodrigo Gularte para um hospital psiquiátrico, como até mesmo a reversão da pena. O Itamaraty e o Planalto estão evitando fazer comentários sobre as tratativas em andamento, para que não haja interferência ou prejuízo às negociações. Os pedidos feitos anteriormente continuam valendo, inclusive as gestões do governo brasileiro junto à Nunciatura Apostólica para fazer chegar ao Vaticano o apelo pela interferência do Papa Francisco. O Itamaraty ainda não recebeu informação oficial sobre a data prevista para a execução do surfista Rodrigo Gularte, que foi preso em 2004, no aeroporto de Jacarta. Na terça-feira, o brasileiro teve o seu segundo pedido de clemência negado pela Indonésia.

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