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O operário Edenilson dos Santos, de 24 anos, continua desaparecido desde o desabamento de um prédio em construção nesta segunda-feira, 2, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Durante todo a terça-feira, 3, cerca de 60 homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros continuaram as buscas. No início da tarde, a carteira de identidade da vítima foi encontrada entre os escombros.
"Soubemos de tudo pela televisão e estamos desde cedo na expectativa para que ele seja encontrado com vida", disse Gildásio dos Santos, tio de Edenilson. Os bombeiros trabalham com a hipótese de que, no momento do desabamento, o operário estava no alojamento, localizado no segundo subsolo do prédio "Temos indícios testemunhais e técnicos para acreditar que ele esteja nessa área. O chuveiro foi encontrado aberto, o documento foi encontrado perto dali e houve reação dos cães ao farejar o local" disse o capitão do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo.
Segundo o capitão, a cama de Santos estava intacta nos escombros A suspeita é de que o operário estivesse tomando banho e tenha tentado correr para uma escada ao ouvir os primeiros barulhos. Até as 17 horas desta terça-feira, cerca de 130 toneladas de escombros já tinham sido retiradas, grande parte manualmente. "Não tem como um trabalho feito com esse cuidado ser rápido. A retroescavadeira só está sendo usada para levantar os escombros", disse Palumbo.
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Segurança
Segundo um operário que trabalhava na área de alvenaria da obra e preferiu não se identificar, havia rachaduras no prédio. "Não precisava prestar muita atenção para perceber que as paredes estavam rachadas." O relato de má condição da obra também foi feito pela moradora de uma das cinco casas interditadas por causa do desabamento, Josefa Maria da Silva, de 50 anos. "Os operários trabalhavam de chinelo, vários pregos caíam no meu quintal. Além disso, não tinha rede de proteção."
Presente no local do desabamento, Mauricio Monteagudo, advogado da empresa Salema Comércio, Construção e Projetos, responsável pela construção, negou a falta de segurança nas obras. "Uma obra deste tamanho sem fiscalização não existe", afirmou. "É uma grande catástrofe."
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Segundo a prefeitura de Guarulhos, o alvará de construção do condomínio residencial de 30 apartamentos e dois salões comerciais foi emitido em novembro de 2012. A empresa Salema, segundo a prefeitura, pediu uma substituição do projeto acrescentando um mezanino e esse alvará foi emitido no mês passado. "A obra tinha alvará e a última fiscalização realizada pela prefeitura aconteceu em setembro deste ano. Além disso nós não recebemos nenhuma denúncia em relação a essa construção", disse a diretora do Departamento de Licenciamento Urbano da prefeitura de Guarulhos, Ana Malufi.