Em qualquer site especializado em turismo, o que mais o internauta lê é o seguinte: a atividade deve ser tratada com profissionalismo e, neste sentido, o não é permitido perder oportunidades.
Pois bem, a Bolsa Oficial de Café de Santos, inaugurada em 1922 para centralizar, organizar e controlar as operações do mercado cafeeiro, na época a principal fonte de riqueza do País, não está incluída no Programa Sudeste Integra, lançado recentemente.
Para quem não sabe, o programa foi concebido com o objetivo de propor uma maior diversificação na oferta de produtos turísticos, ampliando a capacidade de permanência dos turistas nas regiões integradas - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O programa, que foi lançado recentemente, inclui o roteiro Café do Brasil – Das histórias aos Sabores, que tem como objetivo aliar o turismo histórico-cultural com a ruralidade, através das fazendas históricas e cafezais, respeitando o marco geográfico como condição essencial para sua viabilidade.
Tudo foi pensado visando os grandes eventos que o Brasil receberá a partir de 2013, principalmente a Copa do Mundo Brasil FIFA 2014, cuja expectativa é a vinda de 600 mil turistas estrangeiros para o Brasil.
O Estado de Espírito Santo, mesmo sendo de domínio comum a importância e beleza das suas montanhas de café, não entrou, pois geograficamente inviabilizaria o roteiro como produto turístico, tendo em vista que, segundo estudos da Organização Mundial do Turismo - OMT, historicamente turistas que viajam objetivando os grandes eventos deslocam-se apenas por um raio de 100 quilômetros.
Após ser procurada pela reportagem, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Turismo do Estado informou que embora em um primeiro momento Santos não esteja incluído no projeto, serão desenvolvidos outros produtos associados aos roteiros turísticos, “onde inegavelmente a Bolsa do Café de Santos, por exemplo, estará atrelada como produto associado ao roteiro do café”.
Lançamento
O lançamento do Programa Sudeste Integra ocorreu durante a programação da 40ª Feira de Turismo das Américas, no Rio de Janeiro (RJ), e contou com a presença dos secretários de Estado de Turismo de São Paulo, Cláudio Valverde, de Minas Gerais, Agostinho Patrus Filho, do Rio de Janeiro, Ronald Ázaro e do Espírito Santo, Alexandre Passos.
O segundo roteiro lançado e já pronto para comercialização é a “Rota do Caparaó”, que integra os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e é voltado para os amantes do turismo de aventura e natureza. O produto turístico âncora desse roteiro é o Parque Nacional do Caparaó, onde está localizado o terceiro maior pico do Brasil, o Pico da Bandeira.
Outros roteiros, ligados à natureza e ao turismo religioso, estão sendo pensados em parceria entre os estados para formatação. Os roteiros que tem como ícone a Serra da Mantiqueira são o Roteiro do Parque Nacional do Itatiaia – Minas Gerais e Rio de Janeiro e o Roteiro de Charme, envolvendo São Paulo e Minas Gerais. Com o foco religioso, os roteiros envolvendo o trem Vitória-Minas, que integra Minas e o Espírito Santo, e Santuários do Sudeste envolvendo os quatro estados da região.
Bolsa
A Bolsa Oficial do Café traduzia-se como arquitetura típica do ecletismo que caracterizou as mais importantes obras do período - década de 20. A imponência arquitetônica da edificação ainda repercute admiração no cidadão que transita pelo centro.
Apesar do adensamento urbano ocorrido na região nas últimas décadas, a Bolsa se mantém como o edifício mais suntuoso e emblemático da Baixada Santista. A elevada torre do relógio, com mais de 40 metros de altura, se impõe, à frente do porto, como importante referência paisagística e temporal da cidade.
No dia 12 de março de 2009, o edifício foi oficialmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A homologação foi publicada no Diário Oficial da União através da portaria nº 8, de 10 de março de 2009.
Os trâmites para o tombamento começaram em 2006 em reunião entre o Conselho Consultivo do Iphan e a diretoria da Associação dos Amigos do Museu do Café. No entanto, a confirmação veio três anos mais tarde com a assinatura do Ministro da Cultura, Juca Ferreira.
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