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O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou hoje durante visita à Coreia do Sul que a promessa norte-americana de expandir a atuação na Ásia não deve ser posta em dúvida. Segundo ele, os EUA desempenharão um papel de destaque na criação de um novo século de prosperidade segurança no leste da Ásia. Biden enfatizou, no entanto, que essa meta coletiva pode ser colocada em risco pela crescente tensão se não houver confiança mútua e respeito às "regras de convivência" entre as principais potências da região.
"Estamos diante de um daqueles pontos de inflexão na história", declarou Biden em discurso proferido em uma universidade de elite na Coreia do Sul. "Nós estamos, na verdade, diante de uma chance - uma chance - de mudar um pouco a história", prosseguiu.
Biden recorreu às históricas relações com a Coreia do Sul para reforçar seus argumentos. Os EUA mantêm atualmente cerca de 30 mil soldados na Península Coreana. A presença militar norte-americana na região remonta a mais de seis décadas e, segundo Biden, EUA e Coreia do Sul ainda têm muito que progredir por mais 60 anos se forem "sábios, demonstrarem confiança mútua e estiverem dispostos a alguns sacrifícios" para tornar a região próspera e pacífica.
Para tanto, Biden conclamou os países asiáticos a abrirem suas economias, derrubarem barreiras comerciais, darem oportunidades profissionais para as mulheres e cooperarem com a preservação ambiental.
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"Sociedades abertas e transparentes trazem crescimento, e o crescimento traz a paz", argumentou Biden na última escala de um giro de quase uma semana pelo leste da Ásia que o levou também ao Japão e à China.
A viagem de Biden, no entanto, acabou ofuscada pela tensão decorrente da decisão chinesa de estabelecer uma zona de defesa aérea numa faixa do Mar do Leste da China onde há disputas com Japão, Coreia do Sul e Taiwan.
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Biden proferiu o discurso na universidade depois de reunir-se com a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye. Após o encontro, Park enfatizou que "é muito importante para a paz no norte da Ásia ter um vice-presidente (norte-americano) com profundos pensamentos sobre assuntos internacionais viajando para essa região" em um momento de crescente volatilidade e tensões.
Além da tensão com a China, os dois principais aliados dos EUA na região - Japão e Coreia do Sul - mantêm relações frias por causa da inimizade histórica entre os dois países, agravada pela relutância do governo japonês em se distanciar das atrocidades cometidas por suas tropas durante a colonização da Ásia continental, em especial da Península Coreana e do leste da China.
Biden ficará na Coreia do Sul até amanhã. Antes de voltar para Washington, ele deve visitar a chamada "zona desmilitarizada" que separa as Coreias do Norte e do Sul e homenagear soldados norte-americanos mortos.
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Mandela - Biden também aproveitou a passagem por Seul para prestar sua homenagem ao ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela, morto ontem aos 95 anos. O vice-presidente norte-americano afirmou que a compaixão e a sabedoria de Mandela foram suficientes para mudar o mundo. Ele ainda citou uma frase do líder sul-africano: "Uma boa cabeça e um bom coração são sempre uma formidável combinação."
Além disso, Biden disse que a coragem e o perdão de Mandela inspiraram a todos e desafiaram o mundo a se tornar melhor. "Por causa da coragem e da compaixão de Mandela o mundo se transformou. Nas mãos dele, a esperança e a história rimaram. Este é um mundo melhor porque Nelson Mandela viveu nele", concluiu o vice-presidente norte-americano.
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