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Um programa que alia técnicas musicais rítmicas com exercícios específicos de coordenação motora, memória muscular e alongamentos. Essa é a base do bateroterapia, a fusão entre bateria e fisioterapia, desenvolvida pelo músico santista Gus Conde, de 36 anos.
O próprio Conde define o método como uma “atividade que combina exercícios rítmicos, com conotação fisioterapêutica e lúdica, juntamente com exercícios físicos funcionais para aumentar consciência corporal e nível de concentração mental”.
Tudo começou nos Estados Unidos, em 2002, quando Conde se mudou para o país em busca de mais oportunidades na música. Lá, ele fundou a banda ODUM e, em 2005, passou a estudar bateria em uma escola.
O embrião do projeto nasceu no ano seguinte, quando Gus passou a dar aulas na escola para outros bateristas. Lá, ele passou a desenvolver, inicialmente, o método HIT (Highly Intense Training), que tratava da ambidestria e memória muscular.
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“A gente teve um senhor, por volta de 70 anos, que se matriculou querendo aprender bateria e eu vi que ele tinha algumas dificuldades como alongamento do braço e rotatividade do corpo. Comecei a desenvolver alguns exercícios específicos para ele porque queria que ele tocasse bateria de qualquer jeito. A gente conseguiu ver que estava dando tão certo com ele que passei a adaptar para outro nível de exercício e comecei a aplicar com outros alunos também”.
A ideia chegou até a UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles) por meio de um fisioterapeuta que também era seu amigo. Lá, eles trabalharam o conceito de cross-thinking, aliando exercícios que envolvessem o lado direito do cérebro (focado na criatividade, ritmo e imaginação) e o lado esquerdo (focado no raciocínio analítico, pensamento lógico e racionalidade).
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“Você tocar um padrão com as baquetas, enquanto desdobra um lenço com o pé. Ou você estabelecer um padrão rítmico com os pés e com as mãos solucionar problemas de matemática. Parece simples, mas na prática é um pouco diferente. Nós conseguimos alinhar exercícios mais cognitivos com exercícios rítmicos”.
Ele retornou ao Brasil em 2011, junto com a nova técnica. Com ajuda do doutor Rafael Oliveira, poliu e dinamizou o método. Hoje, chega a aplicar a bateroterapia para o time de vôlei do Santos Futebol Clube, remadores olímpicos e até uma equipe de canoa, em Santos.
Além disso, ele realiza um trabalho junto a terceira idade, no Sesc Bertioga. O programa é chamado de Trabalho Social com o Idoso (TSI). Ele comenta que os benefícios para os alunos têm sido diversos.
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“Essa parte de memória muscular, coordenação motora, alongamento e dos movimentos corporais, para eles tem sido um benefício maior do que o benefício rítmico, mas eles acabam tendo noção, conhecendo os termos utilizados na música”.
Entre os relatos, estão a diminuição de dores no corpo e aumento da firmeza nos membros superiores e inferiores. Para Conde, os depoimentos valem mais que o aspecto financeiro.
“São coisas simples, mas talvez o lado financeiro não seja nem comparável ao retorno do que esse lado me dá. Eles comentam coisas como conseguir esticar o braço completamente, ou conseguir pegar o remédio em cima da geladeira sem precisar de um banco. Pequenas coisas, mas que, para eles, tem um valor muito grande. Esse retorno tem sido fantástico”.
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O músico também comentou as diferenças entre aplicar a bateroterapia para os diversos tipos de alunos. “São dinâmicas completamente diferentes. Para a criança, é preciso que sejam exercícios mais dinâmicos. Correr, bater a baqueta em tal lugar, voltar e passar para outro correndo. É assim que se prende atenção dela. Um jovem e o atleta profissional te ouvirão mais, tem mais paciência para testar coisas diferentes. Todas as aplicações são diferenciadas para cada tipo de público”.
Atualmente, Gus Conde divulga a bateroterapia em um ciclo de palestras em Campinas, no interior paulista. Na quarta-feira, ele se apresentou na Livraria Saraiva. Ontem, ele ministrou uma palestra para um grupo de funcionários de um hotel da Cidade e se apresentou na Fnac do Parque D. Pedro Shopping. Hoje, o músico irá participar do Programa UniversIDADE, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Já no dia 14 de outubro, Gus irá palestrar na semana científica da Medicina Veterinária da USP.
Na Baixada Santista, o trabalho do músico pode ser visto no Sesc Bertioga, que fica na Rua Pastor Djalma da Silva Coimbra, 20, no Jardim Rio da Praia. Os interessados podem entrar em contato também pela página oficial no Facebook (https://www.facebook.com/bateroterapia) ou pelo site http://gusconde.com/bateroterapia.
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Gus também contou que, futuramente, deve desenvolver um trabalho em Santos. Será o “Bateroterapia Crossfit”, com um viés destinado mais aos exercícios físicos. O projeto deve ser implantado na praia, entre o fim deste ano e o início de 2016.
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