Cotidiano

Baleia Jubarte emalhada em rede de pesca é resgatada com sucesso

Animal estava preso a uma rede de pesca na região do Canal de São Sebastião

Da Reportagem

Publicado em 04/06/2021 às 22:39

Atualizado em 04/06/2021 às 22:44

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Instituto Argonauta resgatou com sucesso Baleia Jubarte emalhada em rede de pesca / DIVULGAÇÃO

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Na manhã desta sexta-feira, dia 04 de junho o Instituto Argonauta recebeu um acionamento através do CMA-ICMBIO (Centro de Mamíferos Aquáticos) a respeito de uma possível baleia jubarte (Megaptera novaengliae) presa em uma rede, no canal de São Sebastião.

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A equipe do Instituto Argonauta sediada em São Sebastião e coordenada pelo biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, com o Biólogo Marcelo Rezende e o Oceanógrafo Victor Bellomo, deslocou-se até o local onde confirmaram que o animal estava envolto por uma rede de pesca.

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O Projeto Baleia à Vista que atua no monitoramento de cetáceos na região, acompanhado da equipe do Projeto Conservação da Toninha FMAII/Funbio, também estavam presentes no local observando, apoiaram a ação e puderam acompanhar e registrar imagens do trabalho de resgate realizado com sucesso pela equipe do Instituto Argonauta.

As baleias sofrem inúmeras ameaças, mesmo após a proibição de sua caça no Brasil, e dentre elas as redes de pesca são uma das que mais causam problemas, mesmo que incidentalmente.

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As chamadas redes de espera, que são deixadas pelos pescadores com objetivo de capturar peixes, muitas vezes não são percebidas pelas baleias que acabam se enroscando e muitas vezes morrendo ou se machucando por ficarem presas a este tipo de material resistente feito de nylon e fibras sintéticas. 

O desemalhe de uma baleia é uma atividade extremamente arriscada que precisa ser feita, seguindo protocolos específicos, e regulamentados no Brasil pelo CMA-ICMBIO e por uma equipe técnica capacitada e treinada para evitar ao máximo o risco a vida da equipe de salvamento. A capacitação e o uso de equipamentos corretos e adequados para este tipo de atividade é muito importante para o sucesso da operação .

Segundo Manuel, “uma das nossas maiores preocupações era com a segurança de turistas que estavam tentando fazer o procedimento de salvamento da baleia e que mesmo que com a melhor das intenções não deve ser feito por pessoas despreparadas, por colocar em risco a si mesmas, bem como o próprio animal.”

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O apoio das embarcações Maremar turismo e Mar e Vida, que estavam no local, também foi importante para o sucesso da operação, uma vez que mantiveram outras embarcações afastadas e deram apoio necessário.

O Instituto Argonauta que atua em todo litoral norte do Estado de São Paulo tem em seu histórico conjuntamente com Aquário de Ubatuba e Projeto Tamar o resgate de uma baleia jubarte no ano de 2000 que encalhou na Praia do Bonete em Ubatuba e que foi reavistada em Abrolhos com comportamento normal de reprodução oito anos depois.

Segundo oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta Hugo Gallo Neto, “Um dos momentos mais importantes e mais realizadores de todo trabalho de resgate e reabilitação de fauna que já executamos ao longo destes 25 anos em toda a região é justamente quando a gente consegue liberar um animal tão especial quanto uma baleia e descobrir que ele vai poder continuar a sua trajetória de vida por mais tempo na natureza. Nestes momentos, eu chego a pensar que, pelo menos um pouco, nós estamos tentando e conseguindo reverter o grande impacto que a atividade humana causa a fauna marinha”.
 

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