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Um grande ato de protesto está marcado para a próxima quarta-feira, dia 11, contra o anúncio da siderúrgica Usiminas de demitir cerca de oito mil funcionários (entre terceirizados e efetivos) nos próximos quatro meses, devido à suspensão de produção de aço na unidade de Cubatão. A manifestação foi acertada na tarde de ontem em encontro na Prefeitura de Cubatão, que reuniu cerca de 200 pessoas. Representantes de 60 sindicatos da Baixada Santista, praticamente um terço de todas as entidades representantes de trabalhadores da Região, como dos metalúrgicos, petroleiros, químicos, portuários e servidores públicos, participaram do encontro, além de membros de sete centrais sindicais e vereadores de toda a Baixada. O tom foi de “mexeu com um, mexeu com todos”, já que o impacto da demissão em massa afeta toda a Baixada Santista.
O ato será realizado em frente à Prefeitura, a partir das 11 horas. Em apoio, a prefeita Marcia Rosa irá decretar ponto facultativo na cidade no dia 11, a partir das 11 horas, para que os servidores públicos possam participar da manifestação. “Conseguimos unir sindicatos, governo, empresários, não podemos nem aventar a possibilidade de perder esta batalha”. Segundo ela, empresas que prestam serviços terceirizados à siderúrgica também já se comprometeram a paralisar os serviços no dia 11. Ela calcula que o fim da produção de aço na empresa afetará 250 mil pessoas na Região, se somados os funcionários de empresas terceirizadas da fá-brica e seus familiares. “Não vamos admitir que a empresa, simplesmente através de uma nota à imprensa, comunique que vai demitir milhares de trabalhadores, temos que exigir respeito”.
A prefeita esteve reunida na última quarta-feira, dia 4, em Brasília, com os ministros do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, e de Governo, Ricardo Berzoini, para chamar atenção à questão da Usiminas. Os ministros se comprometeram a não medir esforços para evitar as demissões e pediriam à siderúrgica a suspensão das demissões por 120 dias.
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A Usiminas também está sendo cobrada a dar satisfação quanto ao empréstimo de R$ 2,3 bilhões que contraiu do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em 2011, para seu plano de investimentos até 2016, que inclui a ampliação da capacidade das usinas de Cubatão e Ipatinga (MG). “O dinheiro do BNDES é do povo, eles investiram na planta e agora nos dão o quê?”, questiona a prefeita.