Anderson Pomini confirmou a área da Ilha do Tatu, ao lado do Viaduto Mario Covas, e o reaproveitamento do Ecopátio / Divulgação
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Em entrevista coletiva sobre os 133 anos do Porto de Santos, que serão comemorados neste domingo (2), o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, anunciou que a Baixada Santista terá três pátios para caminhões, com a possibilidade de um quarto, dentro do projeto de expansão de área, que passará de 7,8 milhões de metros quadrados para uma área total de 20,4 milhões.
Os equipamentos serão implantados na proposta já anunciada da Poligonal do Porto Organizado. Será um em São Vicente; um em Guarujá e dois em Cubatão. Nessa última cidade, Pomini confirmou a área da Ilha do Tatu, ao lado do Viaduto Mario Covas, e o reaproveitamento do Ecopátio, cuja área passará a integrar a Poligonal.
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A APS ratificou que expansão do porto organizado atende à necessidade de se conduzir um planejamento portuário eficiente e assertivo, observando as diretrizes de eficiência operacional e de integração Porto-Cidades. O presidente da APS revelou que nos equipamentos serão prestados atendimentos médicos e psicológicos e serviços diversos, que gerarão renda e fomento de comércios.
Em Guarujá, a Poligonal do Porto prevê uma área de mais de 500 mil metros quadrados atrás do Sitio Conceiçãozinha, desafogando cinco mil caminhões da Rua do Adubo. Em São Vicente, a proposta é incorporar uma área de seis milhões de metros quadrados, em que serão usados 500 mil metros para um pátio. “Tudo dentro da proposta de expansão do porto apresentada ano passado e que será publicada no mês de fevereiro”.
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Pomini salienta que circulam 20 mil caminhões/dia no Porto de Santos, que representa 30% da balança comercial brasileira, cuja área precisa crescer por necessidade nacional com infraestrutura adequada. “Nossa função é dialogar com a comunidade das cidades para evitarmos transtornos. Mas, se eles forem inevitáveis, vamos compensá-los com obras de infraestrutura à sociedade”, observa.
Sobre o futuro pátio na Ilha Tatu, em Cubatão, que vem gerando polêmica (ver nesta reportagem), Pomini disse praticamente que a questão estaria consumada e que o equipamento, ao invés de ser um problema, seria solução para acabar com o fluxo e estacionamento de caminhões dentro dos bairros.
“Temos consciência que especialmente Cubatão sofre com o tráfego de caminhões desordenado. Por isso, a APS resolveu agir para resolver esse problema de décadas. Cerca de 20 mil caminhões/dia que circulam a área portuária precisam de uma estrutura adequada.
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Há anos que isso vem sendo estudado junto à Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e algumas áreas foram identificadas. E uma delas, que está na Poligonal, é a Ilha do Tatu, fruto de muito estudo, de análise do setor público e comunicação prévia”, garante Pomini.
O presidente da APS fez questão de salientar que o ex-prefeito Ademário de Oliveira (PSDB) - um dos que vêm se manifestando contrário ao pátio e que, ano passado, ameaçou não conceder o alvará de funcionamento ao equipamento - sabia do empreendimento em Cubatão.
“Entre 2020 e 2021, um ofício foi enviado ao prefeito informando a necessidade de implantação do pátio. Tudo foi feito com muita publicidade e transparência e não houve qualquer documento contrário por parte da Prefeitura de Cubatão. Ainda na gestão de Ademário, eu estive pessoalmente com ele (Ademário) apresentando o projeto e não recebi, formalmente, qualquer manifestação ou impugnação contrária”, afirma Pomini.
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O presidente da APS disse que pretende apresentar, nos próximos dias, todo o projeto de instalação do pátio ao atual prefeito de Cubatão, César Nascimento, e a comunidade local, para que todos entendam a proposta em toda a sua plenitude.
“Há muita informação desencontrada. Vamos fazer investimentos e apresentar contrapartidas sociais. Em Cubatão, por exemplo, será instalado um parque dentro de uma área da Ilha do Tatu, que tem um milhão de metros quadrados. Usaremos 500 mil metros para atividades retroportuárias e 100 mil para o pátio, evitando o que acontece hoje: caminhões estacionando em frente a residências e comércios”.
Pomini disse ainda na entrevista que restante da área da Ilha Tatu será destinada a implantação e manutenção de um parque destinado à comunidade.
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“Ao mesmo tempo que o Porto vai expandir, vai oferecer obras de infraestrutura. Vamos respeitar todos os questionamentos, seja do Ministério Público do Estado de São Paulo, da Prefeitura, da Câmara, da comunidade e, se eventualmente, existir alguma manifestação judicial, o Porto está preparado para apresentar as suas razões, elementos técnicos, para que as obras se realizem. Áreas definidas como da Poligonal não estão sujeitas às mudanças de planos diretores de municípios. Ou seja, o município não tem competência para designar o uso de áreas estabelecidas para a Poligonal do Porto”, finaliza Pomini.