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Moradores da Baixada Santista recolheram mais de R$ 1,2 bilhão em impostos nos primeiros oito meses do ano. Isso até por volta das 11h30 de ontem, conforme mostrava o contador do Caminhão do Impostômetro, que estava estacionado na Praça Mauá, no Centro Histórico de Santos. Já a arrecadação nacional atingiu a marca de R$ 1 trilhão.
Este ano, a arrecadação chegou a R$ 1 trilhão no dia 12 de agosto, 15 dias antes em relação ao ano passado, indicando o aumento da carga tributária. O montante equivale ao valor pago pelos brasileiros em impostos, taxas e contribuições para a União, estados e municípios.
“O intuito é mostrar à população quanto se paga em impostos e conscientizá-la para que cobre do Governo pelos serviços prestados, aonde são investidos esses impostos”, afirmou o coordenador do Núcleo de Jovens Empreendedores da Associação Comercial de Santos (ACS), Leandro Taveira.
No interior do caminhão, consumidores usando óculos 3D puderam enxergar os impostos incidentes nos valores dos produtos em exposição — em alguns casos correspondentes a 30% do preço final.
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“Eu achei um absurdo o imposto da cerveja ser o mesmo do leite, ser a mesma cobrança. O imposto do leite deveria ser mais em conta”, afirmou a enfermeira Penha Nascimento, que entrou no caminhão para conferir quanto os consumidores pagam de impostos em produtos como leite em pó, cerveja, sabão em pó, entre outros.
“A gente não vê todo esse dinheiro arrecadado investido na educação, segurança e saúde, serviços que deixam muito a desejar”, complementou Penha.
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“As coisas principais: café, leite e biscoito deveriam ter imposto diferenciado”, disse a atendente de enfermagem Maria Lúcia Dias.
O impostômetro é uma iniciativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) em parceria com a Associação Comercial de Santos (ACS).
O presidente da ACSP, Rogério Amato, chama a atenção para o aumento do peso tributário, apesar das desonerações promovidas pelo Governo a alguns setores e das recentes quedas do nível de atividade econômica. “É um descompasso: a arrecadação cresce mais do que a economia brasileira. O contribuinte paga muito e, em contrapartida, não tem um retorno compatível — os serviços públicos deixam a desejar”, diz Amato, que também é presidente da Facesp e presidente-interino da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
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O caminhão passará por Sorocaba, Campinas, Mogi das Cruzes, São Carlos e São José dos Campos.