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Chilenos se preparam neste domingo para o retorno de Michelle Bachelet à presidência do país, esperando que ela possa cumprir as promessas de reformar o sistema da época da ditadura, que é considerado pela população como um dos motivos a manter as classes trabalhadoras pobres e endividadas, privilegiando alguns poucos cidadãos.
O Chile é o maior produtor de cobre do mundo e sua economia em rápido crescimento, baixo desemprego e democracia estável são invejadas na América Latina, mas milhões
De chilenos tomaram as ruas nos últimos anos, extravasando sua frustração com a enorme disparidade de riqueza entre ricos e pobres e com seu sistema de ensino.
Muitos eleitores culpam as políticas impostas durante a ditadura do general Augusto Pinochet por manter a riqueza e o poder nas mãos de poucos. Seu regime privatizou os recursos naturais e muitas funções do governo, e acabou com o controle central e o financiamento das escolas públicas.
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Bachelet, ex-prisioneira política, pediatra, secretária de Defesa e filiada do Partido Socialista, deixou o cargo de presidente com altos índices de aprovação ao final de seu mandato (2006-2010), apesar de falhar em promover grandes mudanças na sociedade. Mas, desta vez, ela tomou para si a causa dos manifestantes, prometendo grandes mudanças em impostos e educação para reduzir a disparidade de riqueza.
Bachelet e sua rival mais próxima neste domingo, Evelyn Matthei, eram amigas de infância e filhas de generais que se encontravam em lados opostos após o Golpe de 1973, quando o pai de Matthei dirigiu a escola militar onde o general
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Alberto Bachelet foi torturado até a morte por permanecer leal ao presidente deposto Salvador Allende.
A última pesquisa realizada pelo instituto CEP indicou que 47% declararam voto à Bachelet, sugerindo que ela tem boa chance de vencer no primeiro turno. Matthei tem 14% das intenções de voto da pesquisa, que tem margem de erro de 3 pontos porcentuais. Sete outros candidatos também participam da disputa.
Os chilenos também vão escolher neste domingo 120 membros da Câmara dos Deputados e 20 das 38 cadeiras no Senado.
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Infelizmente para Bachelet, sua coligação Nova Maioria não será capaz de garantir
mais assentos, a menos que ganhe pelo menos dois terços dos votos em cada distrito, conforme previsto no sistema eleitoral "binomial" de Pinochet, que foi projetado para frustrar mudanças.
"Você quase sente pena dela, porque ela ficará presa entre o passado e o futuro", disse o professor de ciência política da Wake Forest University, Peter Siavelis, autor de um livro sobre a política no Chile. "Há todas essas exigências nas ruas por reforma constitucional, mas ela estará diante de um Congresso que será eleito pelo sistema binomial", comentou Siavelis. "Não será uma maioria lá. Assim, a influência da ditadura vai impactar em suas reformas."
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