Cotidiano
Ideia é dragar entorno da Ilha de São Vicente, combatendo o assoreamento no Mar Pequeno, no Rio Casqueiro e no Rio dos Bugres, que impede o escoamento das águas em dias de chuvas
O projeto foi apresentado pelo prefeito de Praia Grande / DIVULGAÇÃO/PMS
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O futuro presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas da Baixada Santista (CBH-BS), Alberto Mourão, e o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, se comprometeram a buscar uma solução conjunta para combater as enchentes que prejudicam milhares de pessoas em Praia Grande, São Vicente, Santos e Cubatão.
A ideia é promover a dragagem de todo o entorno da Ilha de São Vicente, incluindo trechos do Mar Pequeno e dos rios Casqueiro, dos Bugres e Piaçabuçu. Segundo Mourão, o desassoreamento influiria na dinâmica das marés, acelerando o fluxo das correntes.
E, na avaliação do político com 43 nos de vida pública, isso permitiria uma vazão mais rápida das águas pluviais que se acumulam em diversos bairros das quatro cidades em dias de chuva. De acordo com o futuro presidente do CBH-BS, desde 1953 não é feita uma dragagem completa no entorno da Ilha de São Vicente.
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O projeto foi apresentado pelo prefeito de Praia Grande e futuro presidente do CBH-BS com exclusividade ao Diário do Litoral na última terça-feira (18). “O DAEE (Departamento de Águas e Esgoto do Estado) até fez alguma coisa (dragagem) depois da década de 1950, mas hoje não faz mais”, salienta Mourão.
Consultado pela reportagem na sexta-feira (21), o presidente da Autoridade Portuária disse que “será um prazer conversar” com Mourão para buscar soluções conjuntas no combate às enchentes nas quatro cidades. Provocado pelo Diário do Litoral, Pomini determinou ao superintendente de Comunicação da APS, Clóvis Vasconcellos, que buscasse agendar imediatamente uma audiência com Mourão.
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O presidente do CBH-BS considera que a participação da Autoridade Portuária seria importante na busca por soluções contra os alagamentos por conta da experiência do Porto de Santos na dragagem. Mais: Mourão entende que, com a recente inclusão de áreas de São Vicente no chamado Porto Organizado, a APS ampliou sua área de influência.
Assoreado e tomado por palafitas e lixo, o Rio dos Bugres contribui para as enchentes em bairros populosos da Zona Noroeste de Santos, como o Rádio Clube, o Jardim Castelo e a Areia Branca.
Já o Rio Casqueiro, que deságua no mar na altura da Alemoa, invade áreas do Jardim São Manoel e do Piratininga, contribuindo decisivamente para os alagamentos que impedem o trânsito na entrada de Santos após chuvas volumosas.
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Na tempestade do último dia 18 de fevereiro, motoristas que vinham de São Paulo em direção a Santos chegaram a ficar presos na Via Anchieta por até seis horas, nas proximidades do Jardim São Manoel. Esse transtorno foi causado pelo volume de água sob o Viaduto Paulo Gomes Barbosa, no início da Avenida Martins Fontes, principal entrada de Santos.
O Rio Casqueiro, que dá nome a um dos bairros mais conhecidos de Cubatão, também alarga suas margens após as tempestades, causando prejuízos e transtornos a moradores da Vila dos Pescadores, da Vila Ponte Nova e do Jardim Caraguatá. É justamente nesse último bairro que o rio encontra o Mar Pequeno, depois de circundar a Ilha Pompeba, no limite de Cubatão.
Mas, até bairros mais centrais como a Vila Nova e a Vila São José sofrem com a lentidão no escoamento das chuvas através de ‘braços’ dos rios Cascalho e Cubatão, que deságuam no Rio Casqueiro.
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Em São Vicente, o assoreamento Casqueiro contribui para o alagamento de casas e imóveis comerciais em bairros populosos no entorno do Dique do Sambaiatuba e do Dique das Piçarras.
As águas pluviais coletadas por esses canais acabam extravasando para as ruas e avenidas do Jóquei Clube, da Cidade Náutica e do Catiapoã. Há pelo menos 40 anos, milhares de moradores dessa região vêm perdendo o sossego, além de móveis, roupas e mantimentos, especialmente após as tempestades de verão.
Com profundidade reduzida, a região do Mar Pequeno também prejudica a dinâmica das marés, retardando do escoamento das águas da chuva em bairros vicentinos como a Vila Margarida e a Vila Mateo Bei.
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