Cotidiano

Aumento de taxas do mercado imobiliário deve afetar Santos e Praia Grande

Diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de SP aponta que cidades devem ser prejudicadas em curto prazo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 19/01/2015 às 10:23

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A decisão da Caixa Econômica Federal (CEF) em subir as taxas de juros de financiamento imobiliário a partir de hoje deve afetar a venda de imóveis em Santos e Praia Grande.

De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) na Baixada Santista, Carlos Meschini, os dois municípios serão mais atingidos por terem imóveis mais caros.

“Esse aumento vai afetar a região, principalmente, Santos e Praia Grande porque são cidades um pouco mais capitalizadas e, por isso, um pouco mais caras. Acredito que isso deva prejudicar em curto prazo. Em longo prazo, o mercado sempre absorve e já tivemos momentos piores. A gente deve dar uma absorvida natural. Mas sempre é prejudicial, um aumento de taxa é muito ruim”, disse.

De acordo com o diretor-executivo, o principal reflexo da medida adotada pela CEF será no recuo de mercado para imóveis de alto padrão. “Acho que existe, nesse processo da Caixa, uma interferência muito grande nos imóveis de alto padrão. Ela bate muito forte nos juros acima de R$ 750 mil. Os imóveis de alto padrão já estavam parados e devem ficar um pouco mais. Vão ter uma dificuldade maior.”

As correções se darão nas taxas de juros das operações para financiamento de imóveis residenciais contratadas com recursos da poupança (SBPE). De acordo com a Caixa, a mudança vai afetar quem tem renda acima de R$ 5,4 mil, que não utiliza os financiamentos habitacionais contratados com recursos do FGTS.

O maior aumento se dará na taxa de juros cobrada pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que financia imóveis com valor acima de R$ 750 mil Ela passará de 9,2% para 11% para os não-clientes da CEF. A Caixa informou que a alteração se deve ao aumento da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está fixada em 11,75%. Para Meschini, a decisão é prejudicial para o mercado imobiliário.

“A Caixa prejudica o mercado imobiliário em um momento muito complicado para nós. Estamos buscando todos os meios de poder se levantar e o financiamento imobiliário é, hoje, 80% do nosso movimento”, comentou.

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Diretor do Secovi crê em queda nas vendas de imóveis de alto padrão (Foto: Luiz Torres/DL)

Segundo Carlos Meschini, o aumento das taxas já era previsto. “O que eu não esperava era a Caixa sair na frente dos outros, puxando a fila, mas são momentos. O mercado sempre vive de altos e baixos, principalmente o imobiliário.”

O diretor-executivo do Secovi disse que o valor dos imóveis não deve sofrer alteração com a medida, e que o mercado não deve ficar estagnado por causa da correção dos juros. “A retenção nos produtos não dimensiona que o mercado para. Ele não para, anda numa velocidade menor. Virou oferta e procura. Quem tiver preço, qualidade e condição de pagamento vai fazer bom negócio. Tem muitas construtoras, principalmente de capital fechado, que vão bancar para o cliente financiamentos de curto prazo”.

Pesquisar é a saída

Meschini alerta que o consumidor deve pesquisar bastante para não tomar sustos na hora de financiar um imóvel. “Independentemente do aumento das taxas de juros, das taxas de financiamento, que também oscilam, a dica que fica para o consumidor é que ele tem que buscar bastante porque vai conseguir um bom negócio. Quem tem condição boa de comprar, vai fazer bom negócio esse ano”.

De acordo com o diretor do Secovi, também alerta para se evitar longas parcelas, se possível. “Quanto menos você pagar de juros, melhor negócio você faz. Quanto mais dinheiro tiver, estará fazendo um bom negócio. O ideal é fazer compras a vista ou com poucas parcelas para fugir do aumento dos juros. Não foi um aumento assustador, mas sempre repercute.”

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