Cotidiano

Atropelamento, bomba e pedra nas ruas de São Paulo

O principal alvo do protesto foi o governador Geraldo Alckmin (PSDB), por causa da suspeita de cartel em obras da CPTM e do Metrô

Publicado em 07/09/2013 às 23:07

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São Paulo viveu ontem (7) sua manifestação mais violenta desde os protestos de junho. Houve confronto com a Polícia Militar, que respondeu aos ataques com mais violência, arremessando bombas de gás lacrimogêneo e até pedras contra os manifestantes.

Um jovem de 19 anos foi ferido no olho. Três pessoas foram atropeladas. Uma delas caiu após subir numa viatura da PM.

O principal alvo do protesto foi o governador Geraldo Alckmin (PSDB), por causa da suspeita de cartel em obras da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô.

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São Paulo viveu ontem sua manifestação mais violenta desde os protestos de junho (Foto: Marcio Fernandes/Estadão)

O movimento começou por volta das 13h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), que reuniu militantes do grupo de hackers Anonymous, mães de pessoas assassinadas que defendiam mudanças no Código Penal e principalmente ativistas Black Blocs. Ao contrário das manifestações de junho, desta vez eles eram maioria e lideraram a passeata, que começou pacífica na Avenida Paulista e terminou em confronto aberto na região central. A reação da polícia começou no momento em que os mascarados arremessaram pedras contra a Câmara Municipal.

A PM atirou dezenas de bombas. Havia crianças e idosos na região do Viaduto Jacareí, onde fica o Legislativo paulistano. Mas os manifestantes não se dispersaram e começaram a atirar mais pedras, paus e lixo nos policiais.

A reportagem do Estado viu alguns PMs arremessando pedras contra os manifestantes. Um rapaz teve o olho direito atingido por uma bomba. Ele ficou vários minutos no chão, sem receber atendimento médico. Em seguida, a Tropa de Choque chegou ao viaduto. Um grupo de Black Blocs seguiu para a Praça da Sé, onde pelo menos sete agências bancárias foram depredadas - outras duas haviam sido pichadas na Paulista.

Em uma rua ao lado da Catedral Metropolitana, dois jovens foram atropelados. O primeiro foi vítima de um Corsa que disparou em alta velocidade em meio à confusão. Ele quebrou o pé. O outro foi arremessado de uma viatura da PM depois de ficar em cima do capô. Ambos ficaram deitados no asfalto por mais de meia hora à espera de socorro - nenhuma viatura policial prestou ajuda. Segundo a PM, a viatura atingiu um dos manifestantes porque ele tentava impedir a passagem do carro.

Informações preliminares da Polícia Civil indicam que ao menos nove pessoas foram detidas durante as manifestações. Eles foram levados ao 1.º Distrito Policial (Liberdade), no centro. Outros foram encaminhados ao 8.º DP (Brás).

Na Avenida 23 de Maio, a linha de frente de grupo dos Black Blocs carregava uma grande faixa onde se lia "Fora Alckmin". Durante o trajeto, os mascarados pichavam palavras de ordem contra o governador nas paredes da avenida e faziam provocações à Polícia Militar.

Os partidos políticos não participaram da manifestação que começou no Masp. Apenas um pequeno grupo de militantes uniformizados do diretório municipal do PSOL acompanhou a passeata distribuindo panfletos e adesivos pedindo a saída de Alckmin e lembrando o caso da empresa Siemens, que denunciou o cartel dos trens.

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