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A Justiça acatou denúncia de homicídio doloso (quando há intenção de matar) contra Bernardo Romitti que, em julho do ano passado, atropelou e matou Fabio Heide, empresário de 43 anos, na zona sul de São Paulo. Romitti trafegava pela contramão, sem carteira de habilitação e com sinais de embriaguez quando atingiu Heide que dirigia uma motoneta e estava a um quilômetro de casa.
Embora a polícia tenha prendido Romitti em flagrante, o crime foi registrado como homicídio culposo - quando não há a intenção de matar. Entretanto o Ministério Público reviu a classificação do crime e agora Romitti irá a júri popular.
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A decisão do MP não é usual. Em 2013, dos homicídios em SP por acidente de trânsito, só 1,7% foi registrado como doloso. Os outros 4.194, segundo a Secretaria de Segurança do Estado, foram classificados como culposos.
Caso
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Fabio Antonio Heide tinha 43 anos. Com os irmãos, comandava o restaurante Kibe Kibe, no Campo Belo, na zona sul da capital, um negócio familiar de quase 30 anos. Como fazia todos os dias, fechou o estabelecimento por volta das 22h30 e pegou o caminho para casa, no Morumbi, a bordo de sua motoneta.
A cerca de 1 quilômetro de casa, um Jetta preto veio em sua direção. De acordo com depoimentos de testemunhas ouvidas pela delegada de plantão na madrugada do dia 18 de julho, o carro veio na contramão. Heide quebrou as duas pernas e um braço. Mas o que o matou foi o impacto da batida, o trauma na região torácica.
Bernardo Romitti, de 36 anos, o condutor do Jetta, foi levado para o 89.º DP (Morumbi) e recusou o bafômetro. Em laudo da delegada e do perito, foram constatados "sinais de alteração da capacidade psicomotora". O documento afirma que ele apresentava "sonolência", "olhos vermelhos", "desordem nas vestes" e "odor de álcool no hálito". Também mostrava "agressividade", "dificuldade no equilíbrio" e "fala alterada".
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Romitti foi preso em flagrante por "homicídio culposo na direção de veículo automotor", "embriaguez ao volante", "fuga de local de acidente" e "direção sem permissão ou habilitação". Sua carteira estava vencida desde março. Ele foi levado ao Centro de Detenção provisória de São Bernardo, mas depois de pagar fiança de R$100 mil saiu da prisão.