Continua depois da publicidade
O muro de aproximadamente dois metros do Colégio Estadual do Paraná (CEP), na capital do Paraná, não foi barreira suficiente para a estudante Caroline de Carvalho, 18 anos, a caminho do terceiro mês de gravidez, desistir de fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Ela chegou às 13h07 ao local e encontrou o portão principal fechado, após lamentar a perda do horário pegou o banquinho de um pipoqueiro que estava à frente da escola e o usou como apoio, após atravessar o muro, porém, foi barrada por um segurança e saiu escoltada. “Pelo o que a senhora fez, pode até ser presa”, disse o guarda.
Continua depois da publicidade
Caroline é uma das 406 mil estudantes que se inscreveram no Paraná para as provas do Enem. Ironicamente, a estudante faz parte do grupo de adventistas que inicia suas provas a partir das 19 horas, mas que a exemplo dos outros estudantes precisaria chegar até às 13 horas.
“Como estou grávida e os ônibus estavam muito cheios deixei para pegar algum que estivesse em melhor condição, isso me fez atrasar um pouco, não acredito que isso tenha acontecido”, disse a jovem, que reside no bairro Pinheiro, distante 16 quilômetros do local da prova.
Continua depois da publicidade
Para ela, que iniciaria as provas somente no início da noite, a organização poderia abrir uma exceção. “Estava bem preparada, no ano passado tirei boas notas e estava confiante, acho que poderia falar com alguém da organização”, lamentou Caroline, que tentaria uma vaga para o curso de Arquitetura na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Concentração
Já o estudante Thiago Gloss, 18 anos, também adventista, o dia começou mais cedo e antes da prova se reuniu com um grupo em frente à escola para uma roda de orações. “Essa é mais uma prova de resistência e fé, pois vamos esperar até às 19h30, quando o sol se põe, para iniciar os testes, estou confiante, nos preparamos, fizemos algumas simulações na escola e acredito que vou aguentar o tempo necessário”, disse.
Continua depois da publicidade
Para Valcir Roberto, 39 anos, que tentará cursar Direito no próximo ano, uma das preocupações era a acessibilidade. Portador de deficiência, ele elogiou o colégio, ao menos em sua entrada, com rampa. “Nunca tive problemas nas provas anteriores, mas espero encontrar boas condições lá dentro, pois é ruim ter que subir escadas e nunca estive neste colégio antes”, comentou.
As provas totalizam 180 questões de múltipla escolha e uma redação, nesse sábado, 8, as provas são de ciências humanas e ciências da natureza, das 13h às 17h30 (horário de Brasília). Neste domingo, 9, ocorrem as provas de linguagens e códigos, matemática e redação.
Continua depois da publicidade