Cotidiano

Até o pai de Eike deixa conselho das empresas X

A renúncia do patriarca da família Batista a uma cadeira no conselho da OSX foi decidida em uma reunião na última sexta-feira (05)

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/07/2013 às 21:58

Compartilhe:

Em profunda crise, o grupo X do empresário Eike Batista sofreu novas baixas. A petroleira OGX e a empresa de construção naval OSX anunciaram a renúncia de membros do Conselho de Administração, entre as baixas está o pai de Eike, Eliezer Batista da Silva.

A renúncia do patriarca da família Batista a uma cadeira no conselho da OSX foi decidida em uma reunião na última sexta-feira, 05, e comunicada ao mercado na noite desta quarta-feira, 10. Além de Eliezer, saíram da companhia os membros independentes Luiz do Amaral de França Pereira, Samir Zraick e Rodolpho Tourinho, ex-ministro de Minas e Energia.

A debandada atingiu ainda a petroleira. Com a renúncia de Pereira e Zraick, a OGX ficou sem membros independentes em seu Conselho de Administração. Tourinho havia deixado a petroleira no último dia 21, quando também saíram o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie.

Com a saída de todos os conselheiros independentes da OGX, a decisão de injetar US$ 1 bilhão na petroleira depende apenas da boa vontade do controlador, o empresário Eike Batista. Pelo acordo anunciado em outubro do ano passado, os membros independentes do Conselho de Administração eram os únicos responsáveis por exigir de Eike a subscrição de ações correspondentes a US$ 1 bilhão até abril de 2014.

Segundo fontes, a decisão de bater em retirada teve como pano de fundo a percepção de que Eike não estaria inclinado a exercer a put (opção de venda) e, com isso, ajudar a tirar a empresa da crise financeira.

O pai do empresário Eike Batista deixou o conselho das empresas X (Foto: Divulgação)

Mubadala

Mais cedo nesta quarta-feira, a EBX anunciou ter finalizado "com sucesso a reestruturação dos termos e condições do acordo fechado em abril de 2012 com a Mubadala Development Company". Apesar de revestir a notícia de um tom positivo, destacando que o novo acordo "reforça ainda mais a estabilidade do grupo", a informação de que a EBX teria resgatado "uma parcela significativa do investimento inicial da Mubadala" causou estranheza e desconfiança.

A empresa não detalhou o conteúdo do acordo, mas o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, fez um aporte de US$ 2 bilhões na EBX. Em 2012, o Goldman Sachs assessorou o fundo na compra de uma fatia na holding do empresário Eike Batista. A reestruturação anunciada, na prática, foi uma renegociação de dívida, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

O comunicado do grupo X, que mais confundiu do que esclareceu o mercado, teria sido, conforme as fontes, uma tentativa de mostrar que Eike Batista tem condições de honrar compromissos da OGX e da OSX. O investimento do Mubadala foi acertado no ano passado em troca de uma participação preferencial de 5,63% na empresa, por meio da Centennial Equity Fund e outras companhias offshore de Eike Batista.

A Centennial Equity Fund LLC é o veículo de investimento da EBX. É por meio dela e da Centennial Asset Mining Fund que Eike mantém a maior fatia de sua participação e controle de MMX, OGX, OSX e LLX. Os últimos dados enviados pelas companhias abertas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entretanto, mostram que o Mubadala até o fim de 2012 não efetivou sua participação na Centennial. Ou seja, a venda de participação acionária não se efetivou.

A informação dada ao regulador do mercado brasileiro reforça que o acerto com o Mubadala foi uma operação híbrida de dívida e equity (participação). A participação acionária na Centennial só se concretizaria se as ações subissem em um parâmetro mínimo prefixado em determinado período.

O Mubadala teria reduzido sua exposição à EBX de US$ 2 bilhões para US$ 1,5 bilhão, disseram fontes ouvidas pela agência de notícias Dow Jones. Procurada pela reportagem, a EBX não retornou.

A analista Luana Helsinger, da GBMS Consultoria, criticou a falta de informações precisas do comunicado. "Não há dado específico, nem valores ou quais empresas do grupo seriam alvo de reestruturação", reclamou. Para ela, Eike Batista está sem poder de barganha para negociar melhores termos para suas companhias. "As empresas estão bastantes endividadas e não há perspectiva na produção de curto, médio e mesmo de longo prazo que possa fazer jus a essas dívidas."

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Diário Mais

Mais barato na feira desta semana: conheça os benefícios do repolho roxo

Vegetal pertencente à família Brassicaceae possui uma série de ótimas composições para o corpo humano

Diário Mais

Conheça 5 praias calmas para passear no Dia das Crianças no litoral de SP

O Diário do Litoral separou algumas sugestões para curtir no feriado em família e relaxar

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter