Cotidiano
Nível dos oceanos continua a subir em ritmo alarmante de 3,1 milímetros (mm) por ano, devido ao aquecimento global e ao derretimento do gelo na Terra
Ressaca atinge orla da praia de Santos / Reprodução/Prefeitura de Santos
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O nível dos oceanos continua a subir em ritmo alarmante de 3,1 milímetros (mm) por ano, devido ao aquecimento global e ao derretimento do gelo na Terra, informou o Serviço de Monitoramento do Meio Marinho do programa Copernicus. Já um estudo da Climate Central aponta que o litoral de São Paulo seria afetado em meados de 2050, com cidades como Santos e Guarujá sendo as mais prejudicadas.
A extensão do gelo marinho do Ártico tem diminuído constantemente. Entre 1979 e 2020 perdeu o equivalente a seis vezes o tamanho da Alemanha, de acordo com o relatório divulgado.
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Mais de 150 cientistas, de cerca de 30 instituições europeias, colaboraram no trabalho. De acordo com as conclusões, o oceano passa por "mudanças sem precedentes", o que terá enorme impacto no bem-estar humano e nos ambientes marinhos.
"As temperaturas da superfície e subsuperfície do mar aumentam em todo o mundo e os níveis do mar continuam a subir a taxas alarmantes: 2,5 mm por ano no Mediterrâneo e até 3,1 mm por ano globalmente", afirmaram os peritos.
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O documento é apresentado como uma referência para a comunidade científica, líderes mundiais e o público em geral.
SANTOS E REGIÃO
Uma das alterações mais sentidas pelas cidades costeiras ao redor do mundo - principalmente no Brasil, e Santos e Região estão inclusos nisso - é o aumento do nível do mar. O último relatório divulgado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) indica que esse aumento poderá chegar até 2,5 metros até 2100. Já um estudo da Climate Central aponta que o litoral de São Paulo seria afetado em meados de 2050, com cidades como Santos e Guarujá sendo as mais prejudicadas.
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A pesquisadora Célia Regina de Gouveia Souza, do Instituto Geológico de São Paulo, tem feito monitoramentos constantes sobre esses números. Há mais de 25 anos ela monitora cerca de 600 km do Litoral de São Paulo e, em seu último estudo publicado, uma observação importante foi feita: os bairros da Ponta da Praia e da Aparecida poderão ser "engolidos" pelo mar até o final desse século.
Ou, se não engolidos, podem ser evacuados. Isso se dá pelo movimento de erosão, que tem se mostrado mais amplo do que era imaginado.
A pesquisadora e geóloga aponta que o Aquecimento Global (acelerado pelo homem graças a emissão desenfreada de gases na atmosfera) é um dos principais fatores para esse que é um cenário preocupante. Isso ajuda a aumentar o derretimento das geleiras, e, claro, colaborar com a aumento do nível do mar.
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A linha costeira brasileira é mais vulnerável a sentir os impactos dessa mudança, tendo em vista que ela é gigantesca e com alta densidade demográfica. E Santos, por exemplo, está incluído nesse fator de risco.
José Eustáquio Diniz Alves, doutor em Demografia e colunista do portal EcoDebate, diz que a chance de ocorrerem inundações nessas cidades é real.
"A chance de haver uma grande inundação provocada pelo avanço do mar paralisando as duas cidades ainda na metade do século XXI é muito grande. Nos últimos 10 anos tenho escrito, no Ecodebate, diversos artigos mostrando os efeitos do aquecimento global e da elevação do nível do mar sobre as cidades brasileiras, o naufrágio dos deltas dos rios e os danos sobre as “benfeitorias” humanas. A realidade é que toda a costa brasileira é vulnerável e deve passar por um agravamento dos desastres provocados pelos choques das ondas sobre as “malfeitorias” da civilização", finalizou.
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Pesquisadores e estudiosos estão realizando monitoramentos o tempo todo. Porém, é inegável que as últimas ressacas na cidade se comportaram de maneira um pouco mais agressiva do que se via há cerca de 10 ou 20 anos.
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