Jessé destaca que apenas três municípios se destacam com trabalhos em prol dos ciclistas da Região / Nair Bueno/DL
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A Associação Brasileira de Ciclistas, Skate, Patins e Cadeirantes (ABCSPC) vem investindo neste primeiro trimestre de 2022 em uma campanha para, junto das Prefeituras da Baixada Santista, ressaltar a necessidade de um sistema cicloviário maior para atender os mais de 1 milhão de ciclistas que vivem na região litorânea.
Presidente da ABCSPC, Jessé Teixeira Félix relembra que, no começo, a instituição se envolvia apenas em assuntos relacionados aos dois maiores municípios da Baixada Santista e, com o tempo, a relevância dos assuntos debatidos pelos integrantes foi crescendo e se expandindo para outras cidades.
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Embora ele destaque que as respostas obtidas junto às nove prefeituras da Região sejam positivas, os resultados das ações vêm demorando mais do que deveriam para aparecer.
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"A Associação Brasileira tem 15 anos de atuação na Baixada Santista, litoral, Vale do Ribeira e Vale do Paraíba. Quando nós iniciamos era só Santos, São Vicente, só a Baixada Santista. Só que aí nós abrangemos uma quantidade maior de cidades e nós começamos a pleitear junto aos prefeitos eleitos das cidades a possibilidade da criação de ciclovias para que os ciclistas de suas cidades pudessem pedalar com total segurança. Mas depois desses quinze anos, nessa batalha toda nós vemos que a luta valeu a pena sim. Só que está deixando muito a desejar".
Em setembro do ano passado, em um projeto que ainda é embrionário, foi revelado que os planos para a futura rodovia que cruzará a Serra do Mar, a Linha Verde, também contam com uma ciclovia num itinerário que liga a Baixada Santista à Grande São Paulo. Essa movimentação para dar mais espaço aos ciclistas que pretendem fazer uma viagem à Capital animou o público e voltou a acender a discussão sobre uma malha cicloviária maior já no litoral.
"Nós estamos aí, em 2022, com uma quilometragem de ciclovias aqui na Baixada Santista deixando a desejar. Se falar de ciclovia, ciclovia mesmo, não chega a 350 quilômetros porque tem cidade que acha que ciclofaixa é ciclovia, mas não é. Ciclofaixa não é ciclovia, ciclofaixa eles fazem uma linha vermelha, colocam umas 'tartaruguinhas' e falam que aquilo é uma ciclovia. Não é ciclovia. A ciclovia tem que ser segregada, ela tem que ser separada do viário. E se você for ver, a maioria das cidades que 'margeiam' orla de praia, todas elas são ciclofaixas, não são ciclovias", ressalta Jessé.
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Ele explica que, destes 350 quilômetros de ciclovias citados por ele, a maioria esmagadora está distribuída entre Santos, Guarujá e Praia Grande. Só esta última conta com mais de 100 quilômetros.
"Dessas cidades todinhas da Baixada, Santos é que sai na frente porque ela compartilha os quatro ganchos, os quatro alicerces que nós determinamos para que uma cidade seja feita para ciclistas. Ela tem bicicletário, ela tem ciclovias, tem bicicletas compartilhadas e tem eventos relacionados com a bicicleta, tem vários eventos na cidade, tem passeios ciclísticos, tem muita coisa. E Praia Grande é considerado o segundo maior sistema cicloviário do Estado de São Paulo, só perde, se eu não me engano, para Sorocaba".
Apesar disso, entretanto, Jessé destaca que as outras seis cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista ainda estão devendo.
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"Juntando as nove cidades, apenas essas três têm trabalho relacionado com a bicicleta. O restante é um Deus nos acuda", conclui.
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