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O setor de infraestrutura necessita de investimentos de US$ 85 bilhões ao ano para ampliar a competitividade da indústria nacional, conforme projeção de Jorge Arbache, assessor econômico da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Transporte é parte fundamental dos custos industriais de produção e fator determinante na competitividade nacional. A estimativa é que os investimentos mínimos necessários para a infraestrutura no Brasil sejam de US$ 85 bilhões ao ano", disse nesta terça-feira, 29, em encontro com representantes do setor de transportes na Fenatran.
Apesar de afirmar que o BNDES está dedicando "elevada e crescente atenção" para a infraestrutura, Arbache considerou que o órgão e o governo sozinhos são incapazes de realizar todos os investimentos necessários.
Segundo o presidente da Associação dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), José Antônio Martins, enquanto a frota brasileira de veículos cresceu 120% nos últimos dez anos, os investimentos em infraestrutura cresceram menos que esse porcentual. Apenas para expansão da malha rodoviária, Martins estima que sejam necessários de R$ 204 bilhões a R$ 249 bilhões. "E sem infraestrutura, o País deixa de ser atrativo para os investimentos estrangeiros diretos", afirmou, avaliando que este ano o Brasil deve apresentar queda de Investimento Estrangeiro Direto (IED) pela primeira vez desde 2011.
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Planejamento
Além da escassez de recursos, representantes do setor reivindicaram maior planejamento para as obras de infraestrutura e integração dos modais, durante seminário da Transpodata, que acontece em paralelo com a Fenatran, em São Paulo. Para o presidente da NTC&Logística, Flávio Benatti, o planejamento de mobilidade das grandes cidades brasileiras não contempla o transporte de cargas. "Quando se faz o plano diretor da cidade, não se pensa em transporte da carga."
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Segundo o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan Júnior, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os centros de recepção de carga precisam estar a margem dos grandes anéis rodoviários. "O Rodoanel (em São Paulo), por exemplo, é uma grande obra rodoviária, mas é necessário que centros de carga sejam construídos a sua margem."
Moan defendeu ainda a integração dos modais, tanto de transporte de cargas, como o de pessoas. Segundo os representantes, as soluções de transporte público são tão necessárias quanto as grandes obras em infraestrutura. "Em países com transporte público de qualidade não há queda na venda de veículos", disse Moan.
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