Cotidiano

Assembleia promulga lei que proíbe trote em escolas públicas de SP

O projeto de lei havia sido apresentado em 1999, logo após um calouro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) morrer em uma festa

Publicado em 18/09/2015 às 21:40

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A Assembleia Legislativa de São Paulo promulgou nessa terça-feira, 15, uma lei que proíbe trotes em todas as instituições públicas de ensino do Estado. A nova regra ainda prevê expulsão imediata de alunos ou exoneração de funcionários envolvidos.

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O projeto de lei havia sido apresentado em 1999, logo após um calouro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) morrer em uma festa, como informou a coluna de Sonia Racy nesta sexta-feira, 18. Em 1999, também foi aprovada uma outra lei, de número 10.454, que veta trotes em universidades.

Agora, a nova regra, de número 15.892, estende a proibição a escolas públicas de todas as etapas. Serão permitidos somente trotes de caráter cultural ou assistencial. Esse projeto, do deputado Rafael Silva (ex-PSB e hoje PDT) já havia sido aprovado pelos deputados estaduais em 2007, mas foi vetado.

A nova regra ainda prevê expulsão imediata de alunos ou exoneração de funcionários envolvidos (Foto: Evelson Freitas/Estadão Conteúdo)

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Ao derrubar a lei, o governador à época, José Serra (PSDB), argumentou que as leis existentes, como a Constituição e o Código Penal, já previam a garantia de direitos, como de honra e de intimidade, e punições em casos de danos físicos ou morais. Serra disse também que, no caso das universidades, a norma poderia contrariar a autonomia administrativa.

A assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes informou que a Procuradoria-Geral do Estado vai analisar a constitucionalidade da lei. O Executivo tem prazo de 90 dias para regulamentar a lei. A norma não prevê, por exemplo, procedimentos de denúncia ou apuração dos casos.

Nina Ranieri, professora de Direito do Estado da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Conselho Estadual de Educação, defende ações para coibir trotes, mas acredita que parte da lei pode ser questionada. "Funcionários públicos concursados, por exemplo, só podem ser exonerados após sentença transitada em julgado", explica.
 

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