Colares, pulseiras, brincos, anéis e filtros dos sonhos, são algumas das bijuterias feitas pelo artesão. / Nair Bueno/Diário do Litoral
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"Todos precisam se adaptar e se renovar nesta fase de pandemia". Esse é o lema do artesão Carlos José de Souza, de 56 anos, mais conhecido como Pará. Ele veio de São Paulo, onde trabalhava na avenida Paulista com artesanato, para tentar recomeçar a vida em Itanhaém.
Em um estande feito de bambu, adaptado na bicicleta, ele percorre cerca de 30 quilômetros por dia, aos finais de semana, para vender o artesanato nas praias de Itanhaém.
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Na sua bike de cinco rodas volante, o público pode escolher várias bijuterias feitas de forma artesanal. Entre as mais procuradas estão colares, pulseiras, brincos, filtros dos sonhos, anel de coco, pulseiras de couro, além de algumas feitas com conchas e pedras.
"As mulheres também gostam bastante dos brincos feitos com penas", frisa. Ele ainda compra de terceiros algumas pulseiras e as máscaras feitas de tecido.
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Pará usa alguns materiais diferentes, como os pingentes, as pedras e as conchas, com os quais ele consegue montar um colar, pulseiras e brincos, em poucos minutos. Algumas pedras são escolhidas conforme o signo de cada pessoa.
Ele conta que resolveu vir de São Paulo para Itanhaém há cerca de um ano e três meses, devido à crise gerada pela pandemia da covid-19. Mas já trabalha com o artesanato, há cerca de 19 anos, e somente na avenida Paulista, em São Paulo, trabalhou em uma banca há oito anos.
"Fiquei quase quatro meses parado e sem trabalho na Capital, logo no início da pandemia. No meu caso foi bem difícil, pois não tenho outra fonte de renda e pago a pensão para meus quatro filhos, se não tiver dinheiro a situação fica complicada", desabafa.
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Com um total de 13 filhos, ele ainda ajuda a pagar o curso de Direito da atual esposa.
"No início resolvemos ir para a cidade de Itu, no interior de São Paulo, mas os planos não deram certo e decidimos vir morar no bairro Guapurá, em Itanhaém, pois já conhecia a Cidade".
NA BIKE
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Todas as sextas, sábados e domingos e, às vezes, na quarta-feira, ele percorre cerca de 30 quilômetros ao dia, nas orlas das praias do Suarão, Centro, dos Pescadores, da Praia dos sonhos e vai até o Cibratel II para divulgar e vender o trabalho. Também vai até a Praça da Gruta, próximo à Passarela do Anchieta, na Praia do Sonho.
Pará já tem um público fiel, pois segundo ele, as pessoas sempre param e elogiam o seu trabalho em Itanhaém, por ser o único a montar um estande de artesanato em cinco rodas, na bicicleta.
Os interessados também podem acompanhar o artesão pelas redes sociais, no Facebook e no Instagram como Rasta Pará Artesanato. O apelido Pará surgiu porque ele também vendia açaí na Capital, que vinha direto do estado do Pará.
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TRABALHO VOLUNTÁRIO
O artesão participa ainda de um projeto social para ajudar jovens de famílias mais carentes, no bairro Guapurá, onde mora em Itanhaém. Ele está ensinando, de forma voluntária, os adolescentes a montarem diversas peças de artesanato e de bambu para serem comercializadas.
"Tudo o que sei procuro passar e ensinar a esses jovens. É um trabalho voluntário e estamos fazendo ainda uma horta, cujos alimentos devem ser doados às famílias do bairro. O objetivo é ajudar as pessoas porque, neste período, a situação ficou muito difícil para todos. As crianças estão nas ruas e a maioria não tem o que comer", salienta.
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Pará revela ainda "meus planos futuros são poder trabalhar, ajudar as pessoas e sustentar a minha família em paz".
Para ajudar a comunidade do bairro Guapurá, o artesão tem uma vaquinha virtual na internet. As pessoas que quiserem colaborar é só acessar https://vaka.me/955326
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