18 de Setembro de 2024 • 22:08
A decisão dos Estados Unidos e de seus aliados de armar os grupos rebeldes na Síria é "muito perigosa" e prolongará a violência e as mortes, disse o ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moallem. O alerta veio enquanto um projétil de artilharia atingiu um vilarejo no centro do país e matou 11 pessoas, incluindo uma mulher e seis de seus filhos, afirmaram ativistas.
Al-Moallem disse que o envio de mais armas para a oposição também irá dificultar os esforços para convocar uma conferência de paz em Genebra para trabalhar em uma solução negociada. Ele disse que seu país continua disposto a participar, mas acrescentou que o presidente Bashar Assad não vai deixar o cargo A renúncia dele é uma das principais exigências da oposição para qualquer negociação com Damasco.
O ministro falou dois dias depois de um grupo de 11 países, que inclui os EUA, se reunir no Qatar e concordar em estabelecer ajuda militar e outras assistências para os rebeldes da Síria. Ele disse que todos que se reuniram no Qatar "têm sangue Sírio em suas mãos".
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que participou da conferência, não revelou detalhes da ajuda, afirmando somente que ele reequilibrará a luta entre os rebeldes e o governo. As forças melhor equipadas de Assad são cada vez mais apoiadas pelo combatentes do grupo militante Hezbollah, do Líbano.
"Se eles sonham, ou deliram que atingirão um equilíbrio com o Exército Árabe Sírio, eu acho que eles precisam esperar anos, e isso não será alcançado", afirmou Al-Moallem. "Eles não serão vitoriosos não importa o quanto eles conspirem", acrescentou. O ministro disse que armar os rebeldes "é uma decisão perigosa, porque visa o prolongamento da crise, prolongando a violência e matando e encorajando terrorismo".
O encontro dos Amigos da Síria em Doha foi a primeira reunião de Kerry com suas contrapartes sobre as práticas de ajuda aos rebeldes sírios desde que o presidente Barack Obama anunciou que os EUA enviariam armas para a oposição. A decisão foi tomada apesar das preocupações de que as armas poderiam cair em mãos de extremistas islâmicos na coalizão rebelde.
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